Bicho fechado com o Tinga

JOGADORES DO MCFC lamentam episódio no Peru e mostram solidariedade; Diogo Brasília também foi vítima de racismo

Diogo Brasília e Léo Baiano fazem o "T" em solidariedade ao meia Tinga
OS JOGADORES do Montes Claros Futebol Clube mostram-se solidários por completo ao jogador Tinga, do Cruzeiro, alvo de insultos racistas da torcida peruana na estreia pela Libertadores, quarta-feira, em Huancayo. O fato repercutiu no futebol mundial e em vários segmentos e não poderia ser diferente no elenco do Bicho, principalmente pela identidade profissional com o volante, visto como exemplo como jogador e cidadão.

O VOLANTE Léo Baiano, de 22 anos, e o armador Diogo Brasília, de 25, falaram em nome do grupo durante o treino físico na manhã de ontem, no Centro Esportivo da Unimontes. Bolaram até uma homenagem ao atleta estrelado com a simulação da letra “T” com os braços. Quando o fato ocorreu lá no Peru, a delegação do MCFC estava em Uberlândia, onde acabara de enfrentar o UEC pela 4ª rodada do Módulo II.

DA MESMA posição que o cruzeirense, Léo assume o orgulho em ser negro. “Em pleno século 21, ainda há quem ainda pense dessa forma. O que mais me impressiona é acontecer em um país ao lado do nosso, com tantas identificações com o Brasil. Ainda bem que o Tinga está acima disso tudo”, disse.

“Fui vítima”

DIOGO BRASÍLIA foi mais além e conta teve uma experiência lamentável como a do jogador cruzeirense. “Já fui vítima de racismo. E o que é pior: dentro de campo. Um colega de profissão e aqui no Brasil. O que aconteceu com ele e comigo foi lamentável, absurdo. Não desejo pra ninguém. Somos todos iguais”.

SEGUNDO O armador, que carrega no apelido o nome de sua cidade natal (Brasília de Minas), a ofensa racista aconteceu no início da carreira, quando defendia as cores do Venda Nova, na Grande BH. “O jogador do outro time que me ofendeu. Não lembro o adversário, mas tive forças para passar por cima e esquecer pelo menos por um momento que aquilo estava acontecendo”.

TANTO LÉO como Diogo não concordam que o time peruano do Real Garcilaso seja punido pelos incidentes. Para eles, a pena deveria ser aplicada aos torcedores. “Um erro não justifica o outro”, disse Léo.

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