Se tudo der certo, Lorena vem
A APREENSÃO tem justificativa, pois a cada dia surgem informações sobre o interesse de outros clubes nos jogadores do Esquilão, além do que nenhum dos contratos de patrocínio foi renovado até o momento, o que não dá dimensões sobre a receita que o clube terá para a temporada 2011/2012 e, ainda, impede a apresentação de propostas oficiais para renovação ou mesmo novas contratações de atletas.
O DIRETOR executivo Victor Oliveira (foto) conversou com a VENETA nesta semana e explicou algumas dessas situações. De fato, ainda espera a sinalização das empresas que patrocinaram o clube até então para saber se renovará os contratos ou se baterá em outras portas para garantir novos parceiros.
ELE DEIXA claro que a tática do momento é da paciência para definir como será a vida do time a partir de junho, período previsto para o início de uma nova temporada, mas sinaliza uma possível volta do maior ídolo do clube: o oposto Lorena, atualmente no Perugia, da Itália.
PATROCINADORES
VICTOR – “Ainda estou conversando com o pessoal do BMG sobre a possibilidade de renovação. Como em toda empresa, o banco está analisando qual o retorno que teve no Norte de Minas ao investir no time de vôlei. Isso é natural. A partir daí, terão uma resposta, mas pediram um prazo maior diante da viagem que o Ricardo [Guimarães, presidente do BMG] fez recentemente ao exterior e só chegou nesta semana”.
E os demais?
VICTOR – “Da mesma forma. Tenho a certeza de que a Coteminas continuará ao nosso lado por ser uma empresa da cidade, com raízes aqui e interesse nas coisas que projetam o nome de Montes Claros. Um caso parecido ao dos Supermercados BH. A Tenda [Construtora] tornou-se nossa parceira do meio para o final da Superliga e também está analisando a proposta de acordo com o mercado. A possibilidade de vendas de uma série de imóveis em Montes Claros será essencial para a renovação”.
Como a renovação depende diretamente dos lucros dessas empresas, vocês teriam um plano B?
VICTOR – “Embora esteja confiante na permanência deles ao nosso lado, a gente também tem que ser realista e estar preparado para tudo. Algumas empresas pediram um prospecto sobre o clube, mas sem reuniões, por enquanto”.
Como você está sendo realista vai uma réplica: seria exagero dizer que há riscos não haver acordos e o time acabar?
VICTOR – “Sendo realista, sou obrigado a enxergar essa hipótese também, mas seria um caso muito extremo. Muita coisa teria que dar errado para isso acontecer. Prefiro deixá-la bem distante e acreditar que vamos brigar pelo título brasileiro no ano que vem”.
A Prefeitura também é parceira...
VICTOR – “Sim, grande parceira. Vai muito mais além do aspecto financeiro a começar pelo Ginásio Poliesportivo, maior do interior do Brasil, completamente reformado e que ficou conhecido até mesmo fora do País pelo que a torcida fez. A continuidade da parceria também passa por novas conversas”. Sejamos otimistas: o Esquilão renova todos os patrocínios ou consegue parceiros com o mesmo suporte financeiro.
O NOVO TIME
Como seria o trabalho de montagem do time?
VICTOR - “Por mais que o rendimento não tenha sido o suficiente para chegar à final; e acreditávamos nisso, o time que tivemos nesta temporada era muito competitivo e tenho a intenção de manter grande parte dos jogadores. A torcida é mais passional e reprova a permanência de um ou outro jogador, mas muitos são realmente bons, tanto que estão sendo assediados por outros clubes”.
VICTOR – “Não posso ter um mesmo tratamento com tantas pessoas diferentes. Cada jogador tem uma visão sobre a permanência aqui; pesa a adaptação da família, clima, estrutura, plano de saúde, escola, faculdade e outras pequenas coisas. Mas olhando pelo lado técnico, o Rodriguinho merece uma atenção especial porque não há tantos levantadores como ele disponível no mercado. Além do que, se você for trazer um jogador do mesmo nível dele, sairá muito mais caro, pesaria a adaptação se for um estrangeiro”.
Quem mais mereceria essa atenção?
VICTOR – “o Manius também. Você não encontra um ponteiro passador com facilidade e ele quer ficar”.
ASSÉDIO
Mas como conviver com o assédio aos seus atletas sem a certeza de qual será a receita e, assim, sem a exatidão sobre tetos salariais e luvas?
VICTOR – “Esse tem sido um de nossos contratempos. Praticamente todos os outros clubes, até mesmo os dois que estão na final, já estão negociando ou até mesmo contratando, enquanto estamos parados. Aí, meu filho, tenho que me apegar à palavra de homem para homem”.

Sendo mais otimista ainda: com dinheiro em caixa você tentaria trazer o Lorena?
VICTOR – (risos) “Ele é um jogador diferenciado e qualquer um com esse perfil interessa ao Montes Claros ou a qualquer outro clube. Mas hoje ele está na Itália, recebe em euros, uma realidade salarial bem diferente à do Brasil”. Então, qual seria sua carta na manga para trazer o maior ídolo da torcida de volta ao caldeirão? VICTOR – “Você acabou de falar (risos)! Tentar convencê-lo justamente pelo que ele representa para a torcida e o efeito que ele provocaria no ginásio ao voltar para Montes Claros”.
Ao que parece vocês andaram se falando sobre essa possibilidade de volta...
VICTOR – “Sim. A primeira coisa que disse foi – vem pra cá rapaz! Aqui é o seu lugar”.
Quando foi a última conversa?
VICTOR – “Há duas semanas falei com ele pelo telefone”. O clube quer a volta do Lorena.
E ele quer voltar?
VICTOR – “Quem o conhece, sabe que ele é um cara muito sincero. O Lorena foi claro ao dizer que se as coisas se acertarem, de repente volta a Montes Claros para jogar”.
PIÁ

VICTOR – “O Piá é muito querido pela torcida e tem muita qualidade. Não conseguiu se adaptar ao Japão e também está na Itália, mas com vontade de voltar ao Brasil. Além disso, ele e o Rodriguinho têm o mesmo empresário, o que seria menos complicado discutir acertos”.
A VOLTA DO TRIO
Já provocando: com a vida financeira resolvida, Piá, Lorena e Rodriguinho voltariam a jogar juntos com a camisa do Montes Claros?
VICTOR – “Que pressão hein? (risos), mas vou responder. Se eu resolver o lado financeiro e a pedida deles estiveram dentro de nossa realidade, contrataria sim os três”.
Ir à final do domingo, no Mineirinho, seria estratégico para o novo time do Montes Claros?
VICTOR – “Estou pensando em mil coisas ao mesmo tempo, até porque eu preciso de ter caixa mesmo que seja simplesmente para abordar alguém, mas é um lugar estratégico para manter contatos”.
Tem uma preferência em especial para o título?
VICTOR – “Tenho amigos dos dois lados, mas mesmo o Cruzeiro sendo um rival nosso, independente de quem vencer o título ficará em boas mãos”.
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