Os "importados" do Funorte

PREFERÊNCIA TÉCNICA, salários dentro da realidade do clube ou mesmo negócio de oportunidade. Qualquer que seja a condição, repatriar jogadores brasileiros parece ser uma das preferências do Funorte Esporte Clube para montar o grupo que disputará a Primeira Divisão do Campeonato Mineiro, a partir do dia 30 de janeiro, contra o Atlético, em Montes Claros.

DOS DEZ NOMES JÁ confirmados até agora, cinco deles chegam à cidade direto de clubes do exterior, seja indicados pelo técnico Wagner Oliveira ou mesmo sugeridos por aqueles empresários que bateram à porta do clube ou foram procurados pela diretoria. Vêm de clubes da Europa ou da Ásia.

DA PRIMEIRA LEVA DE reforços, por exemplo, que foi divulgada no último dia 13, fazem parte dos “repatriados” o zagueiro Binho, o lateral direito Anderson Silveira e o atacante Simão. Já no início desta semana foram confirmados o atacante Dandão e o volante Luiz Henrique. Se somadas as fichas de cada um, o grupo já vestiu a camisa de 20 clubes de oito países diferentes: Romênia, Grécia, Chipre, Portugal, Irã, Finlândia, Itália e Turquia.

REFORÇO DO IRÃ

UM DOS VETERANOS do grupo, Binho estava no Petrochimi Tabriz, clube da 1ª Divisão do Irã. Aos 33 anos, o defensor também vestiu a camisa de três clubes de Portugal e outro da Grécia, mas também teve experiências em São Paulo e Alagoas, onde começou a carreira. Em gramados lusitanos viveu seu melhor momento, quando disputou duas temporadas da Copa da UEFA com a camisa do Vitória de Setúbal. Esta é a segunda mais importante competição do continente europeu.

JÁ O JOVEM SIMÃO, com 22 anos, deixou o estado do Paraná ainda como jogador de base para jogar na distante Romênia, onde vestiu a camisa de quatro times. O FC Bacau foi o último deles.

“FIQUEI SEM FALAR”

REVELADO NO RIO - a Friburguense foi seu primeiro clube -, mas com boa passagem pelo Juventude/RS, Anderson Silveira teve apenas uma experiência no exterior; e sem sucesso. Ficou por três meses no Kayseri Erciyesspor, da 2ª Divisão do Campeonato Turco, onde teve sérios problemas de adaptação com o idioma, culinária e o frio antes de sofrer uma contusão muscular na coxa que o fez voltar para o Brasil.

“ERAM OUTROS DOIS estrangeiros além de mim, mas como cada um era de um país não conseguia falar português com ninguém”, disse o lateral, ao se referir aos ex-colegas que também se aventuravam na Turquia: um senegalês e um alemão. “Tudo tinha que ser identificado por gestos”.

ALÉM DESSES contratempos para comer e conversar, Anderson teve problemas com o agente que o colocou no país. Ficou três meses sem receber e por causa da contusão fez a opção em voltar para o Brasil. “A garantia foi a passagem de volta que já estava comprada antes mesmo de ir para a Turquia”, completou.

CAMPEÃO NO CHIPRE

NOME MAIS conhecido do torcedor da cidade por ter surgido com a camisa do Montes Claros Futebol Clube ainda nos anos 90, o atacante Dandão passou por centros intermediários do futebol estrangeiro e volta à cidade como campeão. Fez cinco dos gols do Chalkanoras Idaliou na recente conquista do Campeonato Cipriota da 3ª Divisão. Ainda no Chipre, passou por outros três clubes, mas foi na Grécia que teve destaque na carreira, chegando a vestir a camisa do tradicional AEK Atenas.

CONTRATAÇÃO MAIS recente anunciada pelo Funorte, o volante paranaense Luiz Henrique vem direto da gélida Finlândia, onde vestiu a camisa do Porin Palloilijat, popularmente conhecido como FC PoPa, da 1ª Divisão daquele país. Teve uma curta experiência também na Itália.

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