Montes Claros resume a vitória sobre o Araxá: "de volta à briga"

EM JOGO com polêmica na arbitragem, médico expulso e artilheiro no sacrifício, Novo Bicho vence pela primeira vez um dos principais concorrentes ao acesso

O Montes Claros venceu o Araxá por 1 a 0, empata em pontos com o rival e fica atrás no saldo de gols (fotos: De Veneta)
DE VOLTA à briga. Este foi o consenso no Montes Claros Esporte após a vitória apertada sobre o Araxá Esporte, sábado, no Estádio José Maria Melo, pela 6ª rodada do Campeonato Mineiro da Segunda Divisão. O time chegou aos nove pontos, alcançou o próprio Ganso e subiu duas posições – só fica de fora do G-4 por causa do saldo de gols. O público pagante foi de 1.175 pessoas.

O HERÓI da tarde foi o zagueiro Wesley, que fez o gol aos 13’ da etapa final, num cabeceio após a cobrança de escanteio de Renato Silva. O defensor foi às lágrimas ao final da partida e consolado pelos fisioterapeutas Vinícius Ramos e Jomar Almeida. 

ELE REVELOU à VENETA que “jogou no sacrifício por causa de uma entorse”; precisou de um tratamento intensivo durante a semana, fez até uma ressonância, tomou duas injeções para contornar a dor e atuou com uma espécie de armação de esparadrapo no tornozelo para dar mais firmeza ao pé.

FOI ATÉ firme demais. Ainda no primeiro tempo, recebeu um cartão amarelo depois de “chegar junto” e bater boca com o atacante William Darros, do Araxá. Foi o terceiro amarelo e Wesley está fora do jogo contra o Passos, sábado que vem, de novo em casa, para cumprir a suspensão automática.

Zagueiro Wesley, autor do gol da vitória, entre os fisioterapeutas Jomar Almeida e Vinícius Ramos
“ESTÁVAMOS PECANDO fora de casa; tudo deu errado e não pontuamos. Mas aqui a gente tem que se impor e se não der na técnica a gente vai na raça. Voltamos para a briga. Quem achou que a gente estava caído, estamos levantando”, completou Wesley, ainda emocionado.

PESADO

COMO COIMBRA e Valério, que foram adversários nas rodadas iniciais mas pontuar contra ambos, o MCEC sabia que o confronto direto com o Araxá, outro postulante ao acesso, seria pesado. “Até mesmo para a afirmação do projeto, da credibilidade junto aos torcedores, à opinião pública e à diretoria; tínhamos que vencer para mostrar que somos bons e estamos vivos”, analisou para o blog o técnico Milagres. Segundo ele, dar resistência à mudança de esquema tático do Araxá no decorrer da partida também valorizou a vitória do Montes Claros.

O JOGO foi duro e truncado, com 30 faltas e apenas quatro finalizações em direção ao gol. As inúmeras paralisações por atendimento médico, substituições (o Araxá teve dois lesionados com menos de 30’), advertências e até uma briga, tudo isso no primeiro tempo, deu a entender que o árbitro Michel Patrick Costa marcaria pelo menos cinco minutos de acréscimo. Foram apenas três.

Expulso, médico Michel Lopes (C)
aguardando chamado de
trás do alambrado
NA ETAPA final, sem tanto destes problemas a não ser a inusitada expulsão do médico do MCEC Michel Lopes (único em campo para atender os dois times), ele fez justamente o contrário: foram sete minutos de acréscimo. 

NÃO BASTASSE isso, após marcar uma falta inexistente na lateral a favor dos visitantes, na sequência do lance o árbitro ignorou um pênalti claro para o Araxá, já aos 50’ do 2º tempo. Ao final do jogo, foi cercado pelos jogadores do Ganso e precisou ser escoltado pela Polícia Militar de choque.

O EXPERIENTE Jônatas Obina fez sua estreia em casa no comando de ataque do Montes Claros. Não fez um chute a gol, mas foi um dos mais eficientes em campo com a proteção da bola, passe, “puxando” a marcação e a própria catimba para garantir a vitória no confronto direto. “Você tem que ajudar de alguma forma. Estava bem marcado por eles; vieram fechados e sabem como eu jogo. Procurei então dar mais espaço aos companheiros e consegui fazer outras funções que foram importantes para vencer um time tão forte como é o Araxá”, disse à VENETA.

Árbitro Michel Patrick, assistentes e 4º árbitro precisaram de escolta da PM ao final do jogo
MONTES CLAROS – Gustavo Rangel; Evaldo, Marcos Eduardo (Pedro Henrique) e Wesley; Victor Rafael, Rafinha, Léo Mota, Renato Silva (Bernardo) e Pereira; Jônatas Obina e Carlos Eduardo (Caio). ARAXÁ – Alencar; Matheus, Vítor, Juninho, Teco; Bruno Moreno, Lucas Hulk (Bernardo Silva), Saulo (Marcelo Brandão) e Dedê; Felipe Caldeira e William Darros (Carlinhos).

Classificação
1) Valério, 13
2) Coimbra, 12
3) Pouso Alegre, 11
4) Araxá, 9 (saldo 7)
5) União Luziense, 9 (saldo 3)
6) Montes Claros EC, 9 (saldo – 2)
7) Patrocinense, 8
8) Athletic, 7 (saldo 0)
9) Minas Boca, 7 (saldo – 5)
10) Ponte Nova, 6
11) Passos, 4
12) Bétis, 3 (uma vitória)

13) Boston City, 3 (três empates)

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