Marquinhos, o atleta do ano

ELEITO NA votação popular do XIII Troféu Bola Cheia, ícone do caratê se diz renovado aos 45 anos e nem quer ouvir sobre aposentadoria

O ATLETA do ano tem 45 anos, é pai de quatro filhos (Marcos Rafael, Amanda, Bruna Lívia e Larissa) e há 23 anos é casado com Dona Néia, quem ele afirma que manda em casa. Antonio Marcos Batista dos Santos, o Marquinhos, obteve quase a metade dos votos válidos na enquete que o elegeu como o ícone do esporte regional em 2014. Na temporada do ano passado, só pra variar, foi campeão brasileiro e sul-americano de caratê.

UMA CRISE de enxaqueca o impediu na última hora que fosse à solenidade do Bola Cheia, terça à noite. "É difícil alguém me derrubar, mas o mal estar era grande e não pude ir", disse Marquinhos, que conversou com o JN no dia seguinte à comenda. Marcos Rafael, o filho mais velho, o representou na solenidade.

O CARATECA já recebeu 12 vezes o Troféu Bola Cheia como o destaque na modalidade caratê. Como "Atleta do Ano", se contar a edição realizada anteontem, foi agraciado cinco vezes, sendo quatro por indicações da comissão especial do prêmio. Esta mais recente, segundo ele, é a mais especial.

"ESSA FOI a primeira vez que fui eleito numa votação popular e com quase a metade dos votos. É um reconhecimento que emociona. Sou uma atleta com títulos internacionais, mas sempre treinei aqui na cidade, onde também trabalho e tive o orgulho de criar os meus filhos, tudo graças ao esporte", depôs Marquinhos.

APOSENTADO?

GRADUADO NO 5º Dan, Marquinhos fez uma revelação surpreendente à reportagem: desde 2010 já pensava em se aposentar das competições oficiais e seguir no caratê apenas como professor. "Luto dentro e fora do tatame. Mesmo com tantos títulos importantes, a cada competição tenho que buscar o suporte de patrocinadores, o que não é fácil e chega a comprometer os treinos. Me cansei disso".

O CARATECA multicampeão disse que foi a filha caçula Larissa que o fez mudar de ideia. "Cheguei em casa e reuni a família para falar que não lutaria mais. Ela se revoltou, me levou para um canto da sala e disse que justamente no momento em que estava começando a competir e com resultados importantes iria perder uma referência. Isso realmente mexeu comigo e mudei de ideia na hora. Estou competindo até hoje sem saber quando vou parar", confessou.

COM QUASE vinte títulos nacionais, uma dúzia de conquistas sul-americanas e três pans, Marquinhos vira alvo de brincadeiras por causa da idade. Ganhou o apelido de "Highlander", como o personagem do cinema que tornou-se imortal aos inimigos. "É cada uma né (risos)? É fácil perceber que o caratê evoluiu e melhor ainda ouvir dos próprios competidores, alguns até 20 anos mais novos, que consegui acompanhar tudo isso".

ANTES DE encarar o Campeonato Mineiro de Monte Sião, dia 10, o desafio passa a ser a recontagem das premiações que recebeu até aqui. "Já são mais de 270 títulos. E quando não fui o campeão, consegui ainda chegar ao pódio: prata ou bronze; são mais de 500 premiações".

FORA DO MUNDIAL?

AO FINAL, Marquinhos faz duas revelações: embora seja o Atleta do Ano, dependerá de patrocinadores para ir a Monte Sião e para o Mundial da China como um dos oito integrantes da Seleção Brasileira. "Não tenho a certeza de que irei", resumiu. Outra confissão: a Federação Mineira de Karate adiantou ao atleta que ele será homenageado nesta edição do estadual, com a entrega do grau do 6º Dan - a partir do quinto, ao invés de exames, o carateca é graduado por mérito.

Nenhum comentário