De repente quatro na Terceirona

SE O interesse já valer, região teria o recorde de participações no Campeonato Mineiro da 2ª Divisão; prazo vai até 17 de abril


MESMO QUE sejam suposições, ainda mais que o prazo de inscrições não se encerrou, são grandes as possibilidades de o Norte de Minas registrar um recorde de participações no Campeonato Mineiro da Segunda Divisão deste ano. Há quatro interessados na disputa, mas todos eles ainda dependem quase que totalmente de encontrar a receita ideal para dar conta dos custos de uma competição profissional.

OS CLUBES têm até o dia 17 de abril para enviar à Diretoria de Competições da FMF a relação de seis documentos autenticados que confirmem a presença no conselho arbitral da “Terceirona” – em data ainda a ser definida. O cronograma da Federação prevê o início do Campeonato em seis de julho – quase 60 dias a menos em relação ao calendário da mesma disputa, ano passado.

FORMIGÃO

O FUNORTE Esporte Clube é o único que assumiu publicamente que disputará a Segunda Divisão, mas diferente dos últimos dois anos quando montou quase que seleções do interior – que brigaram até o final pelo acesso, mas sem consegui-los. Para este ano, o clube deve apostar numa receita menos onerosa.

Funorte vai para a terceira temporada seguida na 2ª Divisão

“POSSO DIZER que vamos ter mais critérios nas contratações, não insistir em nomes repetidos e buscar parceiros. Como estamos no profissionalismo há sete anos, o Funorte tem um projeto permanente, paga em dia e tornou-se referência junto aos atletas”, analisa o diretor executivo do Formigão, Cristiano Júnior.

PEIXE

QUEM PODE reaparecer Numa competição profissional é o Pirapora Futebol Clube, do presidente e técnico Luiz Pereira. O PFC esteve em cinco “Terceironas”, a última em 2009, mas sempre foi eliminado na primeira fase. “Temos muitos talentos em Pirapora e acho imprescindível trabalhar com eles aqui”, disse Luiz, como uma espécie de dica de que a base do projeto deve ser de atletas mais novos.

Pirapora Futebol Clube está com uma base sub-20 e faz planos para a Terceirona
EM MARÇO, ele deu início aos treinos para quase 20 garotos do Sub-20. Há planos até de um jogo-treino na Cidade do Galo. Há duas semanas, enfrentou o júnior do Funorte e perdeu por 6 a 1. Assumidamente um “faz de tudo” no PFC, Luiz Pereira espera que a cidade abrace o projeto. Atualmente, o “Peixe” chega a treinar em um campo de terra à beira do Velho Chico, embora tenha acesso também aos campos do Comercial e ao Estádio Municipal Octaviano Alkmim, que são gramados.

ÁGUIA

Reynaldo espera convencer parceiros
O VICTÓRIA Clube ainda está em seus chutes iniciais e terá o Mineiro Júnior Sub-20 como sua primeira competição profissional, mas o discurso já aborda algo mais adiante ainda para o calendário de 2015: estar na Segunda Divisão. “A gente respeita o legado que Funorte, Montes Claros, Ateneu e Cassimiro fizeram pela região do Norte de Minas, mas a gente entende que temos espaço e o nosso trabalho está voltado também para o profissional. Temos agora o Campeonato Mineiro de Juniores e no segundo semestre já teremos o profissional”, pontuou o presidente do Victória, Reynaldo Dimas. 

SOBRE A receita para o “Águia” dar conta de duas competições em tão pouco tempo de intervalo, ele reconhece que ainda busca os parceiros pontuais. “É desafiador qualquer dirigente de time pequeno fazer futebol: sem incentivo e sem apoio, até porque as empresas ainda ficam desconfiadas com um clube iniciante. Espero que a iniciativa privada reconheça este esforço, mas acho que com os resultados dentro de campo a gente vai agregar parceiros para dar conta de nossos projetos”.

CLUBE-EMPRESA, MCEC CONSULTOU A FMF

Camisa do MCEC em 2004
A MAIOR novidade e que pode caracterizar de repente uma chave exclusiva ao Norte de Minas na próxima “Terceirona” está no Bicho – na verdade, no seu clone. O Montes Claros Esporte Clube (MCEC), fundado em julho de 2003 e com apenas duas edições da Segunda Divisão no currículo: 2004 e 2005.

AS DIFERENÇAS são pequenas, mas consideráveis. O MCEC é um clube-empresa e tem como uniforme principal uma camisa igual à seleção da Argentina, com listras verticais em azul celeste e branco.

O CLUBE também pertence à família Mocellin, mas ao invés do pai Ville é a filha Helen que o preside. Voltar com o MCEC ainda requer cuidados por parte dos dirigentes, primeiro do ponto de vista legal para que a FMF não entenda a reativação do clube-empresa como um atalho, já que o MCFC caiu do Módulo II este ano e só vai voltar em julho de 2016.

PARA EVITAR qualquer contratempo, Mocellin está conversando diretamente com o presidente da FMF, Castellar Guimarães Neto. “Os clubes são diferentes. Nada vai mudar a situação do Montes Claros Futebol Clube, que foi rebaixado e só pode voltar a uma competição no ano que vem. Mas não vou levar a ideia adiante se houver alguma dúvida”, revelou Mocellin. O departamento jurídico da FMF também está sendo consultado.

UM DOS atrativos da Terceirona estaria na maior oferta de atletas em relação à procura, o que, teoricamente, provocaria salários mais baixos. Se analisarmos as três últimas edições da competição, a 2ª Divisão Mineira teve uma média de 13 clubes por ano. É a única disputa profissional do segundo semestre, diferente do que acontece na primeira metade do ano, quando acontecem simultaneamente a 1ª Divisão e o Módulo II (juntos, têm 24 clubes).

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