Funorte e o sonho do acesso: gols já não decidem mais

AGORA SÓ NO TAPETE

O sonho do futebol de Montes Claros em recolocar um time na Primeira Divisão do Campeonato Mineiro vai depender do “tapetão”, em um caso que envolve o Funorte e o Mamoré naquele que ficou conhecido como "Caso Vitinho". No campo, a torcida e jogadores do Tricolor já comemoraram o acesso mesmo com a segunda colocação da Chave C, após o empate em um a um com o Tombense, domingo à tarde, no Estádio José Maria Melo, pela última rodada da segunda fase do Campeonato do Módulo II. Curioso é que, somente assim, em meio à confusão, a competição ganhou manchete em todas as TVs e jornais do Estado e até de fora. Deixou de ser canto de páginas ou simplórios telegramas de colunas ou notas secas.

DRAMÁTICO

Tudo foi absolutamente dramático, remetendo a memória aos casos, causos e ocasos do Ateneu, símbolo máximo de como as coisas nunca foram fáceis para o futebol de Montes Claros em termos do futebol profissional. O
gol do FEC foi marcado aos 44’ do segundo tempo, com o zagueiro Alex. O sofrimento não foi apenas pelo fato de o Tombense ter saído à frente no marcador, aos 27’ do 2º tempo, com Tiago Azulão. O time tricolor de Montes Claros esbarrou na falta de criatividade e pontaria, principalmente no primeiro tempo, com finalizações a meia distânciam, porém fracas e para fora.

MATEMÁTICA ANTES DO JOGO

Já em Patos, o Mamoré venceu o Itaúna por um a zero e a torcida e os jogadores fizeram a mesma festa comemorando o acesso, ignorando temporariamente a confusão do Tribunal. O ponto em casa fez com que o Funorte ficasse como segundo colocado na Chave C, com sete pontos. Com a vitória, o Mamoré chegou a 11. Aparentemente, tudo estaria definido, mas antes mesmo da bola rolar, as chances de a matemática não vai definir o dono da vaga eram bem evidentes diante da confusão jurídica. O time de Montes Claros concentra suas forças, agora, para que a punição contra o líder seja confirmada.

OTIMISMO

O clube de Patos de Minas está sendo acusado de escalar um jogador irregular, o que pode lhe custar sete pontos e, consequentemente, o tão sonhado acesso. Em meio à comemoração no gramado do estádio José Maria Melo, que foi invadido pela torcida, tanto a os jogadores como a diretoria do Funorte fizeram um discurso absolutamente otimista. “Não queremos apenas o acesso, mas também o título do Módulo II”, comentou o diretor executivo Cristiano Júnior, já adiantando que o Funorte é quem enfrentará o Guarani, ganhador da outra chave, na decisão do título geral.

PRIMEIRA JÁ CONDENOU

A confiança está na punição que o Mamoré já sofreu na primeira instância, embora a FMF ainda não tenha retirado seus pontos oficialmente.
O acesso do Funorte só será oficial se forem julgadas em todas as instâncias o "Caso Vitinho”, jogador do Mamoré escalado sem contrato em vigor nas rodadas dos dias 21 e 24 de abril, contra Tombense e Funorte, respectivamente, já pela segunda fase do Campeonato Mineiro do Módulo II. No primeiro julgamento, o time de Patos de Minas foi condenado e perdeu sete pontos, decisão que, no momento, dá a vaga de acesso ao Formigão.

SEGUNDA INSTÂNCIA

O Tribunal Pleno é a segunda instância, que terá seu julgamento hoje, às 19 horas, em Belo Horizonte, com base em recurso do Mamoré que foi apresentado tão logo o time foi punido. Desta feita, como foi punido na primeira, o Sapo reforçou sua defesa e até mudou de advogado. Saiu Antonio Sérgio, que em suas entrevistas dava o caso como perdido e foi atrás de Sérgio Rodrigues, do departamento jurídico do Cruzeiro e que fez a defesa do caso do atacante Wellington Paulista. Naquela oportunidade, a Raposa tinha sido acusada de escalá-lo irregularmente e perdeu seis pontos no início do Campeonato Mineiro. Foi recuperá-los somente no STJD da CBF (3ª instância).

INEVITÁVEL STJD

Mas como a justiça desportiva requer intervalos de pelo menos uma semana a cada sessão, isso deixa claro que, seja qual for a decisão desta terça-feira, a final pelo contra o Guarani de Divinópolis não acontecerá no próximo domingo. Uma coisa é certa: quem se sentir prejudicado com o resultado da sessão nesta terça-feira, irá recorrer ao STJD, no Rio de Janeiro.

OTIMISMO

Por enquanto, as coisas vão bem para o Tricolor de Montes Claros. Como foi dito acima, no primeiro julgamento, o clube de Patos de Minas foi considerado negligente por não consultar o Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, que exibia a vigência do registro do atleta (término 11/04) e, por isso, condenado à perda dos pontos nos dois jogos. A decisão da 3ª Comissão Disciplinar do TJD da Federação Mineira de Futebol foi unânime: cinco votos a zero.

ARTIGO 31

O regulamento do Módulo II atesta em seu artigo 31 o BID como documento-referência para a consulta da vigência dos contratos. O Mamoré, por sua vez, alega que o jogador foi registrado na FMF até o dia 11/06 e tem como prova duas vias do contrato, uma do clube e outra do jogador. Acontece que a via da FMF apresenta a data idêntica à do BID.

LUCAS OTTONI

Se o Mamoré faz o seu papel na defesa, trocando até de advogados, o Funorte também. O clube contratou mais uma advogado para acompanhar o caso e reforçar a denúncia envolvendo o meia Vitinho: o experiente Lucas Ottoni, um dos peritos em legislação esportiva em Minas.

Um comentário

fosgate disse...

Olá,

Ótimo blog. Acompanho notícias do time de vôlei por aqui.

Gostaria de dar umas sugestões.

1o. seria colocar como as pessoas podem participar da peneira que o time de vôlei vai fazer.

2o. seria também colocar informações sobre a meia maratona. Estou querendo divulgar para meus colegas de BH, mas não consigo saber onde fazer inscrição, horário, percurso, etc.

Grande abraço,

Luiz