Zagueiro de MOC de novo na Seleção Brasileira Sub-15, mas projeto que o revelou pede ajuda
O zagueiro do Bahia está no México com a seleção brasileira sub-15(Fernando Torres/CBF) |
O ZAGUEIRO que atualmente defende as cores do Bahia está pela terceira vez na lista do técnico Paulo Vítor Gomes para os amistosos preparatórios da Seleção Brasileira Sub-15.
DIFERENTE DAS duas primeiras vezes, que os trabalhos aconteceram na Granja Comary (RJ), o grupo se concentrou no último domingo em Garulhos (SP) e seguiu viagem para o México, onde fará dois amistosos contra a seleção mexicana, nesta quinta-feira e no sábado, no Centro de Alto Rendimento da Cidade do México.
DESDE A primeira convocação, Kauã é titular. Disputou os amistosos contra o Atlético/MG (2x1) e contra a Seleção do Chile (4x1 e 6x1). Mais uma vez, ele é o único atleta que atua no Nordeste que faz parte da lista do treinador.
DESCOBRIDOR
Nos tempos do futsal: do Dream Team, Kauã é quarto da esquerda para a direita, com o calção número 10 (Arquivo Guinon) |
SEGUNDO GUINON, Kauã atuou no projeto entre 2008 e 2011, como fixo, mas sempre foi “muito versátil e inteligente”, inclusive variando a função em quadra com a ala. “Pode ser que eu esteja falando isso agora porque ele está na Seleção Brasileira, mas mesmo muito novo ele já mostrava uma inteligência acima da média”, disse Guinon, em entrevista à VENETA.
O TREINADOR fez questão de se lembrar do dia que Kauã chegou ao projeto, levado pelo avô e ao lado de um primo, um ano mais velho. “Com seis anos, eu já colocava o Kauã para jogar contra os meninos mais velhos, de 10 anos, e ele fazia tudo o que eu pedia, com muita inteligência. Inclusive, ele disputou os campeonatos em categorias acima, não teve dificuldade alguma e foi campeão”.
AINDA SEGUNDO Guinon, o primeiro foco do projeto é formar cidadãos por meio do esporte, mas nada que impeça os jovens de buscar novos desafios, como fez Kauã ao migrar para o futebol de campo.
EM RECENTE entrevista ao blog, Marlon Araújo, que foi o primeiro treinador de Kauã nos campos, confirmou essa versatilidade do jovem, que começou como lateral no Cassimiro de Abreu e depois foi para a zaga.
E HOJE?
O TIME que revelou o atleta de seleção brasileira viveu tempos de ouro, com a conquista de títulos da base do futsal nas principais competições da cidade entre 2008 e 2011, principalmente, mas hoje pede ajuda. Guinon, que está à frente desde 2003, reforça que o projeto é totalmente beneficente e atende crianças e jovens carentes, como alternativa para afastá-los dos riscos. "Muitos tiveram boas oportunidades por meio do esporte, com bolsas de estudo, tiveram boa oportunidade no próprio esporte; outros têm hoje uma boa profissão".
APÓS SOFRER um grave acidente de carro na BR-135, com internação e até o risco de amputar o braço, Guinon se afastou duas vezes por projeto, o que coincidiu com o fim de alguma das principais competições da cidade. Voltou a pedido da garotada.
EM TOM de desabafo, o treinador confessa que tem apenas uma “bola velha” para atender a escolinha de meninos entre 8 e 10 anos e a “pelada dos mais velhos”, de 15 a 17 anos. “A bola soltou o couro todinho, perdeu a forma. Tentei fazer uma vaquinha com os próprios atletas para comprar uma nova, mas poucos podem ajudar; consegui apenas dez reais”.
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