Melhor zagueiro da história em MOC, Nicomedes anuncia 2º livro

OBRA AUTORAL terá crônicas faz resgate dos tempos em que Nicó conciliava as profissões de bancário e professor com o futebol e futsal

Nicomedes de Almeida está com as crônicas prontas
AS NARRATIVAS sobre a versatilidade profissional de Nicomedes de Almeida (74 anos), considerado por unanimidade como o melhor zagueiro do futebol de Montes Claros de todos os tempos, terão uma nova versão literária.

O EX-JOGADOR de Ateneu, Ipê e Cassimiro de Abreu (pela ordem) está finalizando a produção do segundo livro autoral, que deverá reunir 82 crônicas. “Comecei a escrevê-las em 2014. Faço um resgate de minhas experiências, especialmente a vivência como professor”, disse à VENETA.

FORMADO EM Letras e Direito, Nicó publicou o primeiro livro há cinco anos – “Sentimentos Paradoxais” –, com quase 90 poemas e crônicas, algumas delas com resgate de causos dos tempos em que jogou futebol de campo e futsal. Chegou a ter um time próprio – Os Andarilhos” –, só com os irmãos e primos. Na conversa com o blog, ele revelou alguns pontos do novo trabalho.

Neste novo livro vamos ter mais histórias dos tempos de futebol?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Pensei mais em contar as minhas vivências de mais de trinta anos como professor”.

Três décadas? Uma vida. Chegou a conciliar a época do futebol com sala de aula?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Trabalhei também como bancário. Conciliei minha carreira com o magistério e com a prática esportiva. Olha só: saía do banco, ia treinar no campo e, à noite, jogar futsal. Fui campeão de futsal pelo Banco Hipotecário por dois anos, pela Faculdade de Direito (2 anos) e pela Crevac (1 ano).


Um dos times do Banco Hipotecário: Nicó e Zé Carlos Gomes
Conciliou então com o futebol de campo também. Foi na época do Cassimiro?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Também. E não sei como consegui. Na época que o Cassimiro disputou o Campeonato Mineiro, tirei uma licença do banco. Naquele tempo, as coisas eram muito difíceis. Muitas vezes, saíamos de Montes Claros na sexta-feira à noite para jogar fora. Tudo era muito longe, ainda mais naquele tempo que as estradas eram de terra. Aí, jogávamos fora, voltávamos domingo à noite e eu ia trabalhar no banco já na segunda-feira, meio-dia. Acho que essa rotina meio louca daria uma boa crônica”.

Hoje, mesmo com ônibus mais confortáveis e até em aviões, os jogadores que só vivem do futebol ainda são poupados. Estou imaginando como o corpo ficava naquela época...
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Concordo. Os jogadores de hoje que são poupados no fim de semana porque tem jogo na quarta-feira? Isso é frescura!”.

Para entender direito, Nicó: ao mesmo tempo, você chegou a disputar competições com o Cassimiro e o Ipê, treinar e disputar no futsal, lecionar e trabalhar em banco; tudo ao mesmo tempo?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Lecionava de manhã, entrava no banco ao meio-dia, saía cinco horas para treinar futebol e jogava futsal à noite”.


Nicó e o goleiro Felipe Gabrich nos tempos do Ipê
Biônico?
NICOMEDES DE ALMEIDA – (risos) “Quando se é jovem...

O dia ficava curto pra tanta coisa! Já tem alguma ideia de título pro novo livro ou vai seguir o do anterior, tipo "Parte II"?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Ainda não decidi. Estou procurando a melhor maneira de publicá-lo”.

Dez entre dez pessoas te apontam como o melhor zagueiro que já jogou no futebol de Montes Claros desde sempre. Você não quis seguir carreira fora da cidade ou foi por causa do trabalho que preferiu ficar?
NICOMEDES DE ALMEIDA – “Quando tive proposta do Cruzeiro, eu trabalhava no banco e estava com o casamento marcado. O futebol naquela época não era igual como hoje e não quis arriscar (risos). Dois pássaros na mão por dois voando não daria certo, né?”. (Fotos: Arquivo pessoal)

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