Lagoa da Barra faz força-tarefa tenta superar mais de meio milhão em dívidas

CLUBE JÁ superou leilão, mas ainda precisa negociar maior parte do débito; nova diretoria trabalha para dobrar número de sócios e ter receita que permite parcelamentos

Clube gera receita com o aluguel dos chalés, barracas e apartamentos (Arquivo)
EMBORA SEJA um dos grandes símbolos entre os clubes recreativos da cidade, o Lagoa da Barra luta para não fechar as portas. Empossada em junho último, a diretoria está concentrada na negociação de cerca de R$ 540 mil em dívidas, algumas que se arrastam há quase 15 anos, segundo revelou o presidente Álvaro Luís Carvalho em entrevista ao programa Momento Esportivo, na semana passada.

O DIRIGENTE conversou também com a VENETA nesta sexta-feira e confirmou que a primeira das “batalhas” o clube venceu, ao conseguir a suspensão do leilão da sede campestre por causa de uma dívida com o INSS. O imposto deveria ser recolhido em 1993, o que não aconteceu. À época, o valor seria de R$ 10 mil, mas com as correções de juros e multas, chegou a R$ 69,3 mil.

ESSA DÍVIDA foi negociada, com o pagamento de uma entrada de 10% e mais 60 prestações iguais, acordo que contou com a participação direta de parte dos sócios, que assumiu a responsabilidade de pagamento das parcelas.

O TERRENO do clube tem 14 hectares e fica às margens da BR-251. Para o leilão, foi orçado em R$ 2 milhões, total considerado bem abaixo ao valor de mercado segundo a diretoria. Mesmo assim, foi a leilão pela primeira vez no último dia 2 e, por sorte, não apareceu algum interessado já que o pagamento teria de ser integral. O segundo leilão seria no dia 9/10, com uma entrada de 50% do valor (R$ 1 milhão), mas com a negociação junto à Receita e o pedido na Justiça de suspensão, não aconteceu por ordem judicial.

DE ONDE VEIO

SEGUNDO ÁLVARO, os débitos acumulados pelo Lagoa da Barra têm como credores, além do INSS, recolhimentos do FGTS, dívidas trabalhistas e com fornecedores, como a Cemig. Pesam, ainda, as correções, juros e multas em cima de cada dívida, além dos honorários com advogados. O valor que hoje é de R$ 540 mil, corrigido, seria bem menor na época em que as dívidas foram contraídas ou negociadas.

Álvaro Luís Carvalho, presidente do Lagoa da Barra
“ESSES VALORES foram negociados, mas como não foram pagos acabaram progredindo com as correções, juros e multas. O que seria R$ 150 mil chegou a quase R$ 600 mil”, revelou Álvaro ao blog.

SEGUNDO ELE, não há alternativa que não seja negociar o pagamento do restante das dívidas, até porque há mais três ações judiciais que podem levar o clube a leilão caso não tenha acordo. O presidente explicou à VENETA que a maior parte dos débitos – algo em torno de R$ 400 mil – é com a União, o que abre a possibilidade de abatimento dos juros e correções como prevêem alguns programas federais de negociação.

PENHOR

MESMO COM a suspensão do leilão no primeiro acordo, a sede campestre continua penhorada e a diretoria descarta a possibilidade de vender parte do terreno para fazer receita e quitar os débitos. “Sabíamos que a situação financeira do clube estava ruim e quando assumimos a presidência, a conversa com a diretoria foi estudar negociações e buscar as possibilidades de recuperação. Os sócios também estão cientes de como está o quadro financeiro e são consultados e convidados na busca por soluções”, acrescentou.

O PRESIDENTE revela que o Lagoa da Barra conta, atualmente, com apenas 200 associados. A arrecadação com condomínio ainda é bem abaixo do mínimo que o clube precisa para se manter. Os alugueis dos 36 chalés e barracas e dos 15 quartos e dos três apartamentos ajudam na receita mensal, mas o ideal, segundo ele, seria um quadro fixo de pelo menos 400 sócios proprietários e contribuintes. 

DENTRE AS alternativas está a promoção de bingos e feijoadas beneficentes para fazer caixa. Dois deles foram realizados nas últimas semanas.

COMO O clube não pode parar, a estrutura funcional foi enxuta. O quadro pessoal tem apenas dois funcionários fixos. Os demais são prestadores de serviços para manutenção e limpeza.

NUMA SITUAÇÃO extrema, caso o clube não consiga negociar as demais dívidas, o presidente revela que uma hipotética venda do terreno do clube seria uma decisão final para o pagamento e o valor restante rateado igualitariamente entre os sócios proprietários, como rege o estatuto. “Mas não queremos isto de jeito algum. Formamos uma diretoria com sócios antigos, que gostam e prezam o clube. Estavam afastados e voltaram porque assumiram a missão de salvar o Lagoa. Vamos salvá-lo”.

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