Aos 17 anos, pivô Kamilla chega à Seleção Brasileira Adulta de Basquete

DESTAQUE NAS competições escolares dos EUA, jogadora entra no ciclo olímpico, queima etapa mais uma vez e vai para fase final de treinamento do Sul-Americano


DE PROMESSA a caminho da realidade. A pivô montes-clarense Kamilla Soares, de 17 anos, está entre as convocadas oficiais para a Seleção Brasileira Feminina Adulta, que disputará a próxima edição do Campeonato Sul-Americano. Esta é a primeira vez que uma atleta da cidade chega à principal convocatória nacional entre as mulheres.

A LISTA do técnico Carlos Lima foi divulgada na última semana com 16 atletas para o período de treinamentos, com apresentação marcada para o próximo dia 22, ainda sem sede definida. A disputa continental será nos dias 12 a 18 de agosto e a lista final do Brasil terá doze atletas.

HÁ QUATRO anos, Kamilla ensaiava os primeiros arremessos em competições escolares em Montes Claros inspirada na irmã Jéssica, principal jogadora das equipes de Montes Claros campeã mineira Sub-17 e Sub-19. Pelas mãos do técnico Rogério Sant’Anna, não demorou para chegar nas seleções Mineira de Base, Nacional Escolar e a Brasileira Sub-15 sempre atuando em duas categorias acima. Com 13 anos, por exemplo, jogava na equipe nacional Sub-15.

NOVO CICLO

A EVOLUÇÃO técnica foi proporcional à estatura de dois metros e a projeção de queimar etapas, saltando também das categorias de base para uma equipe adulta nacional acontece justamente agora, quando a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) dá início ao novo ciclo olímpico, visando os Jogos de Tóquio 2020.

HOJE, A jogadora curte férias com a família em Montes Claros depois da segunda temporada pela equipe escolar do Hamilton Heigths Christian Academy, de Chattanooga, no Estado do Tennessee (EUA).

COM POUCO mais de um ano e meio nos Estados Unidos, Kamilla passou a ser monitorada pelos principais olheiros daquele país, tanto que foi convocada para o programa de treinamento de jovens talentos da WNBA, a Liga Profissional dos Estados Unidos. Os trabalhos aconteceram em março, na Cidade do México, e a montes-clarense foi eleita a melhor pivô e recebeu, ainda, a premiação de o “melhor toco” (bloqueio na hora do arremesso do adversário) da clínica da WNBA.

CARLOS LIMA, comandante da seleção nacional, revelou em recente entrevista ao site da CBB, que assistiu a alguns vídeos e vê Kamilla como uma jovem muito promissora". Segundo ele, como a pivô de Montes Claros está nos EUA há duas temporadas, é monitorada pelos olheiros da WNBA. O treinador soube que a jovem "já tem três convites para jogar no basquete universitário".

NO SITE Blue Star Basketball, principal canal de monitoramento das competições escolares dos EUA, Kamilla “Cardosa” (o sobrenome do meio recebeu um “A” por erro de pronúncia), aparece em segundo lugar no ranking de jovens talentos daquele país - pontuação por desempenho. 

COM UMA carreira de 25 anos entre assistente na WNBA e técnico de equipes colegiais, Mark Lewis é um dos responsáveis pelo site e considera a montes-clarense como “uma das principais promessas do basquete escolar dos EUA, o que se confirma pela intensidade de trabalho e da aplicação em treinos e jogos. Joga em alto nível e com maturidade tática mesmo em uma idade jovem. Sabe muito bem conciliar força e altura com as habilidades, com eficiência de elite no campo de defesa, mas também com leitura certeira nas jogadas de ataque”.

AINDA EM suas crônicas, Mark considera a jovem com potencial até mesmo para ir direto para a WNBA, embora ela tenha que esperar ainda por pelo menos mais cinco anos para isto acontecer, já que os EUA a idade mínima para estrangeiras jogar na Liga Profissional é de 22 anos.

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