ENTREVISTA: Jorge Schmidt - “2º turno: uma decisão atrás da outra”

TÉCNICO DO Montes Claros analisa campanha do turno e acredita que mando de quadra nos clássicos será diferencial

CINCO VITÓRIAS e seis derrotas. Assim, foi a campanha do BMG/Montes Claros no primeiro turno da Superliga Nacional de Vôlei 2011/2012, insuficiente para colocá-lo no “Grupo dos 8”, como é chamada a zona de classificação dos play-offs.

NA VÉSPERA do confronto contra o Campinas, hoje, às 18h30, que abrirá o returno, o time ocupa a nona colocação, com 12 pontos, quatro abaixo do G-8.

INDEPENDENTE DOS placares e dos níveis dos adversários, o que chamou a atenção da primeira rodada até aqui foi a irregularidade técnica do time, ao ponto de perder cinco confrontos diretos, a maioria por 3-0. Esse é um dos lamentos do técnico Jorge Schmidt, que falou à VENETA sobre a campanha até aqui.
Jorge Schmidt espera o time com maior poder de decisão (divulgação)
Qual a sua panorâmica da Superliga até agora?
JORGE SCHMIDT
- “Mesmo com a realidade diferente de investimentos e atletas a cada clube, a gente tem que entender que a competição neste ano está bem equilibrada. Ninguém é maluco de achar que não vai perder. Por exemplo, ganhamos do Volta Redonda na casa deles e na rodada seguinte, eles foram a Florianópolis e fizeram 3 a 0 no Cimed. Alguém apostaria neles? O diferencial vai ser manter o padrão de jogo”.

Claro que você fez uma projeção para o primeiro turno. O que o seu time deixou de fazer?
JS
- “Como eu disse, perder faz parte, mas poderíamos ter sido mais eficientes até mesmo nas derrotas. Como? Ganhando sets. A nova pontuação mostra isso e vai ser difícil alguém fazer projeção de pontos para garantir a vaga porque a cada vitória ou derrota por 3-2 a mudança na tabela é pequena a equilibra as forças”.

E pelo lado técnico?
JS
- “O meu grupo é muito bom, competitivo e tem potencial para evoluir ainda mais. Fora algumas questões físicas com as contusões, o nosso time teve problemas com a ansiedade, principalmente jogando em casa. Em vários jogos, conseguimos abrir vantagens consideráveis dentro dos sets, mas na hora H faltou a concentração e a confiança para “matar” o jogo. Fora de casa, perdemos pelo menos dois jogos onde todos os sets tiveram os placares cheios”.

O que difere o segundo turno do primeiro?
JS
– “O primeiro turno ele é mais de ajuste, tanto técnico quanto físico. Tem jogador que ainda busca a melhor forma física, estava se recuperando de contusão, além do que os times tiveram apenas o primeiro contato um com o outro. O segundo turno é de afirmação: os times estão mais inteiros, quase que no ápice do preparo físico, já sabem mais sobre os adversários e, claro, cada partida é uma decisão porque lá na última rodada o que vale é a vaga”.

O Montes Claros tem que continuar pensando em vencer a qualquer custo somente os adversários ali na parte intermediária da tabela?
JS
– “Se a gente puder repetir as vitórias contra os mesmos times que vencemos no primeiro turno já será muito importante, mas para chegar aos play-offs e não ficar pensando somente na última vaga, porque não também no 7º e até no 6º lugar, vamos ter que fazer pontos contra os times lá de cima da tabela. Vencê-los será consequência”.

Não acha que o fato de fazer os dois clássicos mineiros do returno em Montes Claros, contra Cruzeiro e Minas, pode ser a chance de conquistar as vitórias que não vieram no turno?
JS
– “É verdade, até porque há um histórico aqui no Ginásio de jogos duros e equilibrados. É uma bobagem dizer que a torcida não faz a diferença. Acho que o time sentia essa pressão. Os 3-0 sobre o Londrina foram importantes além do próprio resultado. Aproximou o time da torcida”.

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