Skatistas assumem obra de pista e retomam competições na cidade

PARA RETIRAR o skate do jejum de competições, aumentar o número de adeptos, resgatar praticantes e garantir um espaço fixo para os treinamentos, bem diferente dos obstáculos improvisados no meio da rua, os praticantes da cidade resolveram organizar um mutirão para construir a própria pista.

COM A mobilização que começou pela rede social facebook e foi reforçada pelo “boca-a-boca”, eles próprios se tornaram pedreiros, projetistas e até mesmo os “patrocinadores” do projeto, que tem ainda o apoio financeiro de algumas empresas da cidade e dos próprios vizinhos à praça Wanderley Fagundes, no bairro Todos os Santos.
Os próprios skatistas fazem as vezes de pedreiros e projetistas da rampa em 45º

OS SKATISTAS
trabalharam até mesmo de madrugada para reformar o palco (na forma de trapézio) e construir uma nova rampa em 45 graus. A maneira encontrada para comemorar não poderia ser diferente: todos á nova pista no próximo fim de semana, com o I Torneio Boots & Outwear, dias 21 e 22 para as categorias Amador e Iniciantes 1 e Iniciantes 2.

“MONTES CLAROS ficou uns cinco anos sem história no skate. Não havia campeonatos porque não havia espaço adequado para a prática. Isso o que fazemos aqui é a retomada do esporte; uma nova fase”, Gugu Santiago, um dos primeiros skatistas da cidade a conquistar títulos estaduais e nacionais da modalidade, ainda nos anos 80. Ele aproveitou para lançar um desafio como conseqüência do mutirão que fizeram pela pista: “com este novo espaço garanto que o número de praticantes vai aumentar em até 20 vezes em poucos meses”.

A IDEIA original para o novo espaço, levantado ao lado da antiga pista em formato de “U”, prevê ainda a criação de mais rampas e obstáculos. Gabriel Brito, de 24 anos, diz que agora retorna ao skate. “Fiquei cinco anos sem andar e depois que vi toda a movimentação fiz questão de ajudar, mesmo depois do trabalho. Isso tudo é muito bom. Estou revendo amigos das antigas e essa ação ajuda a resgatar o esporte na cidade”, afirma.

LEONARDO MENDES, o Léo “Kaôi”, que chegou a cursar os primeiros meses do mestrado em Matemática no interior de São Paulo, aproveitou a volta para Montes Claros para ser voluntário no projeto. “Só de ter feito o palco, apareceu muita gente que estava sem praticar. E todo dia aparece um novo. A cidade tem bons praticantes e o nível só não é maior porque não havia espaço para praticar”. (colaborou Ricardo Guimarães).

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