Intervenção coletiva em festival de Graffiti muda a cara do Conservatório

EVENTO NACIONAL com arte livre, skate e música reuniu quase 50 artistas durante dois dias, no Bairro São Luís


Hipz é natural do Amazonas e, na intervenção nos muros do CELF, criou a guerreira Guardiã (Fotos VENETA)
A PRIMEIRA impressão era de uma competição entre artistas de rua, diante da individualidade de ação e do capricho na definição das artes, especialmente pela calmaria nas execuções. Mas, na verdade, o Festival Nacional de Graffti, realizado no último fim de semana, em Montes Claros, foi um encontro dos mais diversos estilos e técnicas, mesclado, ainda, com apresentações musicais e competição de skate para iniciantes.


Torneio de skate para iniciantes durante o Festival
O EVENTO foi selecionado em edital e financiado pelo Sistema Municipal de Incentivo à Cultura (SISMIC), com a participação de quase 50 grafiteiros de diversos lugares do País, que protagonizaram a intervenção coletiva para a mudança de visual dos muros do Conservatório Estadual Lorenzo Fernandez (CELF), escola de música, arte e canto.

A MAIOR parte dos desenhos fez menção à música, carro-chefe do CELF, como a caricatura do maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, e meia-face que uniu o beatle John Lennon e o ícone do reggae Bob Marley. Espaço também para outras inspirações, como a “Guardiã”, uma guerreira inspirada na miscelânia das culturas afro e indígena, de autoria de Alessandro Hipz.

GRAFITI X PICHAÇÃO

“PROCURO LER e me inspirar em questões culturais para fazer intervenções como esta”, resumiu Hipz, que é natural de Manaus/AM e atualmente reside em Belo Horizonte. Aos 33 anos, ele é autodidata e trabalha como artista de rua desde os 14 anos. Na pergunta de praxe sobre a relação entre grafite e pichação, Hipz garante que fala por todos: “é inevitável esta relação porque uma coisa é muito próxima da outra, mas as pessoas mudam”.


Jonathan "Dread" organizador do festival; arte em "Wildstyle"; letras de banana reproduzindo a abreviação MOC, e meio John meio Marley
JONATHAN “DREAD” organizou o Festival e explicou que não foi estabelecida nenhuma técnica para a produção dos painéis. “Uma variação desde desenhos, caricaturas, reproduções ou mesmo criações livres, além do “Wildstyle”, que reproduz letras e palavras com uma série de detalhes, cada um mais original que o outro”, resumiu Jonathan, que é tatuador profissional.

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