Com gestor do MC Vôlei na presidência, ACV busca mais autonomia e retoma balão de ensaio para Liga Independente

ANDREY SOUZA passa a ser o terceiro mandatário da entidade e já abre discurso de queda de braço por direitos de clubes e atletas nas assembleias da CBV


Gestor do MC Vôlei assume a ACV e quer mais clubes atendidos pelas leis de
incentivo ao esporte e opção pelas transmissões virtuais da Superliga (Alex Sezko)
ELIMINADO ANTES dos play-offs pela primeira vez nos últimos quatro anos, o Montes Claros Vôlei já trabalha com pensamento na próxima temporada. A primeira ação é nos bastidores, com a ida do gestor Andrey Souza para a presidência da Associação Nacional dos Clubes (ACV). A eleição aconteceu na manhã desta terça-feira.

ELE SERÁ o terceiro presidente da entidade, que já foi comandada por Ricardo Barros, diretor do Maringá Vôlei e atual Ministro da Saúde, que teve de se afastar do cargo por causa do mandato de deputado federal, e mais recentemente por Vittorio Medioli, proprietário do Sada/Cruzeiro. A diretoria executiva tem, ainda, Flávio Pereira Sada/Cruzeiro como 1° vice-presidente; Ricardo Navajas, do Funvic/Taubaté, como 2° vice-presidente, e Maria do Carmo Panza, do Maringá/PR, como secretária.

SOBRE PROJETOS, Andrey fala sobre dois assuntos específicos: estruturação dos times que tentam se superar com orçamentos mais modestos na Superliga, inclusive com o acesso maior às informações de benefícios como a lei de incentivo ao esporte. “Apenas duas equipes da atual Superliga buscaram este tipo de alternativa. Os clubes precisam ser mais sustentáveis, inclusive em termos de estrutura funcional”, disse.

OUTRA FRENTE comentada é a maior visibilidade das competições oficiais, a começar pelas transmissões on-line de forma regular e permanente e o direito ao voto dos clubes e atletas nas assembleias.

INDEPENDÊNCIA

A ACV deverá retomar uma discussão antiga no universo do vôlei brasileiro: a possibilidade de criação de uma liga independente para organizar a Superliga e outras competições.

NESSA SEGUNDA-FEIRA, durante o evento de lançamento da Feira Nacional de Comércio, Indústria e Serviços (Fenics) em Montes Claros, o gestor revelou que a conversa ainda é bem preliminar, mas “há o interesse de uma empresa de grande porte e atuação nacional em assumir o “naming rights” da Superliga, mas somente a partir de uma Liga Independente.

SAIR DO controle da CBV e/ou ter maior autonomia nas votações de estatuto e orçamento é um sonho antigo dos clubes que fundaram a ACV. Passariam a ter mais autonomia em relação ao regulamento, normas para a transferência de atletas, o fim do ranking de pontos (o que foi aprovado na reunião logo após a eleição de Andrey), incentivo à criação de disputas nacionais de base entre clubes e a criação de eventos festivos, como o “jogo das estrelas”.

O FORMATO independente não é novidade no esporte nacional. No futebol durou pouco tempo nos anos 80, com o Clube dos Treze, que realizou a Copa União sem gestão da CBF e, mais à frente a Copa João Havelange. Mas o melhor exemplo vem do basquete, que criou o “Nosso Basquete Brasil” e revitalizou as competições nacionais, com a estabilidade financeira e fortalecimento das divisões de acesso, além de atrair a volta dos principais nomes da Seleção Brasileira para atuar nos times do País.

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