Cidade passa a contar com Observatório do Futebol e do Torcer

NÚCLEO TEM como foco a produção de pesquisas sobre a modalidade nas perspectivas sociais e humanas; "portas estão abertas a todos", diz coordenador



O FUTEBOL muito além do esporte nas quatro linhas, como meio de sobrevivência, lazer, mercado ou mesmo educação. Este é o pano de fundo para a criação do Observatório do Futebol e do Torcer, que funcionará como um grupo de pesquisa multiprofissional sobre o universo da bola e suas vertentes.

A IDEIA é do professor Georgino de Souza Neto, o Gino, da Unimontes, que de imediato avisa: “as portas estão abertas não somente para quem tem a ver com a prática do futebol. A perspectiva do observatório passará pelas ciências sociais e humanas”.

A VENETA conversou com Gino nesta quinta-feira sobre a novidade:

A IDEIA é mostrar que o futebol não tem a ver só com quem é da beira do campo?
GINO – “Justamente. Poderá fazer parte quem tem interesse em estudar futebol, independente da formação de origem; professor de educação física, sociólogo, assistente social, fisioterapeuta, radialista, jornalista, historiador...”

O FOCO é acadêmico. Ou seja, com objetivo de pesquisar o futebol como se fosse uma ciência?
GINO – “Isso... Gostaria de reunir pesquisadores, acadêmicos e pessoas da comunidade em geral que tem no horizonte do futebol o seu prisma de interesse. Na linguagem popular: enfiar a cara no futebol para provocar discussões, diálogos, estudos e debates a partir da lógica do futebol”.

MAS PARA quem acha que o futebol se resume à bola e onze de cada lado, onde é que está este além?
GINO – “As possibilidades são universais como em qualquer ambiente de interesse coletivo: gênero, mercado, espetáculo, história, identidade, aspectos educativos, a relação com a cidade. Dá para falar muito de muita coisa”.

VOCÊ E outros professores já têm o Ludens, que é um Laboratório de Pesquisa sobre estudos do Lazer. O Observatório vem para completá-lo?
GINO – “Será vinculado ao Ludens, mas com um foco exclusivo ao futebol e com a produção de pesquisas, seguiremos os caminhos comuns da academia para institucionalizá-las”.

E DE onde vem a inspiração?
GINO – “Fiz o mestrado e o doutorado em Estudos do Lazer na UFMG. Por vários anos, convivi dentro do Gefut, que é o Grupo de Futebol de Estudos e Torcidas, um espaço fantástico de produção científica sobre o futebol. A ideia veio de lá, especialmente porque o futebol é universal; mudam-se os personagens, nomes e locais, mas muita causa comum tanto aqui como lá.”

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