As "armas" para se dar bem no Sul-americano

Na Superliga anterior, em 11 jogos, Gian atuou apenas em pontos isolados; hoje é titular absoluto (foto: Clara's Imagens)
BEM NA recepção, Bob prega respeito até mesmo aos times sem tradição e líbero Gian narra a reviravolta na carreira: minha folga é para ver vídeos"
A SUPERLIGA
Nacional – e suas polêmicas – estão em segundo plano. O foco total do Montes Claros é o Campeonato Sul-Americano Masculino de Clubes, com jogos a partir de amanhã até o sábado. Será a primeira experiência de uma equipe da cidade numa competição internacional oficial.

APESAR DA instabilidade nas partidas mais recentes da Superliga, o MOC Vôlei precisará se apegar aos pontos fortes que são destaque na disputa nacional para ter chances reais de brigar pelo título continental, que vale vaga no Mundial Interclubes, em outubro, na Polônia.

E DENTRE as “armas” estão a recepção e à defesa, personificadas no ponteiro Bob Dvoranen e no líbero Gian Moraes, respectivamente, entre os atletas mais eficientes da competição brasileira até aqui. 

“ATÉ VAI pela frente ninguém menos que uma equipe que é tricampeã mundial [Sada/Cruzeiro] e duas boas equipes da Argentina, além de times que estamos conhecendo agora. Como o capitão pode falar em nome da equipe, deixo bem claro que a gente almeja fazer esta final”, enfatizou Bob, que aparece como o segundo melhor atleta no fundamento recepção da Superliga, com 44% de eficiência.

SOBRE A estreia contra o desconhecido Bohemios, campeão do Uruguai, Bob pondera sobre a falta de tradição do país vizinho no voleibol. “Seja qual for o adversário, é muito importante levar a sério e não dar nome para ninguém. O esporte nos ensina isto porque, quem de repente não é favorito, faz o papel de franco atirador e pode complicar de alguma forma”.

O JOGADOR revela, ainda, que o diferencial para o Montes Claros pode ser a preparação física e mental. “Estamos em casa e este é um diferencial, mas é preciso estar bem também física e emocionalmente. O caminho para se chegar a uma final não foge disto”, finalizou o capitão.

DEVER DE CASA

O LÍBERO Gian é o terceiro mais eficiente defensor da Superliga, com 24,4% de acertos. A boa fase é como uma reviravolta na carreira de uma Superliga para outra. No primeiro turno inteiro da Superliga anterior, o jogador havia atuado em apenas 16 sets; e sempre como reserva. Entrou em quadra para jogar um ou outro ponto.


Ponteiro Bob em ação contra o Juiz de Fora, pela Superliga
NA ATUAL temporada, jogou todas as partidas e desde a quarta rodada consolidou-se como titular e pôs fim ao rodízio que o treinador Marcelinho Ramos fazia entre ele e o companheiro Kachel, que foi o titular quase que absoluto na temporada anterior. Melhor ainda: contra Sesi, Taubaté e Campinas, num comparativo com os líberos dos times adversários, teve um rendimento melhor do que todos eles segundo os números apurados pela CBV. E olha que estamos falando dos selecionáveis Serginho, Mário Júnior e Tiago Brendle, respectivamente.

O JOGADOR, de 26 anos, tem justificativa para a boa fase: “os números são muito bons, mas vamos manter os pés no chão. Acho que quando você trabalha forte nada acontece em vão. Estou numa fase muito especial, extremamente confiante e feliz com a evolução não apenas minha, mas a de todo o time de um ano para outro. De nada adianta eu defender se o Murilo (levantador) não acertar a distribuição e os ponteiros e o oposto não rodarem a bola”.

SOBRE O desempenho que o coloca como terceiro melhor defensor de toda a Superliga, Gian credita ao foco nos treinamentos: “muita aplicação nos treinos de saque e de passes para corrigir o movimento. Além disso, quando não estou em quadra, vivo em função de assistir os vídeos de nossos jogos, dos adversários, campeonatos estaduais e europeus. O YouTube passou a ser minha segunda ocupação”.

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