Ainda está difícil resistir

MONTES CLAROS não conseguiu equilibrar as forças contra o Sada/Cruzeiro e agora mira argentinos para quem sabe reencontrar o Sada na final


Evandro foi o maior pontuador da noite; clássico registrou 5,1 mil pessoas no Poliesportivo (foto: Alex Sezko)
COMPETIÇÃO DE tiro curto, o Campeonato Sul-Americano Masculino de Clubes é visto como a maneira ideal de o Montes Claros reunir as forças para, enfim, surpreender o Sada/Cruzeiro nesta temporada. Mas no primeiro encontro entre os rivais mineiros, foram poucos os momentos de equilíbrio e o time de BH venceu os norte-mineiros com certa facilidade, na noite dessa quarta-feira (22/2), no fechamento da rodada tripla no Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves.

AS PARCIAIS foram de 25/21, 25/23 e 25/15. Menos mal que para efeito de tabela, o jogo pouco valia. Ambos já entraram em quadra classificados para as semifinais, já com a certeza de que cada um terá um argentino pela frente. O Sada/Cruzeiro ficou em primeiro na Chave A, com seis pontos, depois de vencer nesta quinta-feira, o Bohemios, do Uruguai, por 3-0. O MOC havia vencido os uruguaios pelo mesmo placar e ficou com o segundo posto.

MESMO COM este cenário, o técnico Marcelinho Ramos esperava mais do seu time. Algo mais equilibrado como aconteceu nos jogos mais recentes da Superliga antes da competição continental, quando fez frente ao Taubaté e ao Campinas, outros favoritos ao título nacional.

COMO FOI

JÁ NO primeiro set, o comandante do Montes Claros “queimou” os dois tempos técnicos antes de chegar ao décimo ponto. No primeiro pedido, perdia por 1-5 e no segundo estava cinco pontos atrás dos cruzeirenses (9-14). De certa forma, as coisas melhoraram pelo lado montes-clarense. O time reagiu, com o oposto Luan como protagonista, chegou a 20-23 ao ponto de Marcelo Mendez pedir tempo. O suficiente para o Cruzeiro retomar a concentração e fechar o set.

O SET seguinte ficou marcado pelas polêmicas. O Cruzeiro reclamou de pelo menos três marcações dos árbitros. “O vôlei hoje está muito rápido. Há saques e ataques com velocidade superior a 120 km/h. Treinamos todos os dias e mesmo com o reflexo apurado ainda temos dúvidas se a bola foi boa ou não. Imagine o árbitro, que tem não esta vivência diária e tem que decidir em frações de segundos”, pontuou o levantador e capitão do Sada, William Arjona, protagonista nas três “broncas” na arbitragem.

RESUMO: MARCELINHO voltou a gastar os tempos técnicos logo no início (6-9 e 7-12). Em dois erros seguidos de saque renasceram as esperanças do empate do Montes Claros (14-17), o que quase aconteceu (18-19). A torcida se inflamou e Mendez solicitou o tempo técnico. O Sada acertou a mão no saque, fez aces ou quebrou o passe do MOC. Num erro de Wanderson, que atacou na rede ainda do seu lado de quadra, o Cruzeiro fez 2-0 no jogo.

O ÚLTIMO set começou com o mesmo disparate. O Cruzeiro alternava a vantagem entre três e cinco pontos (6-10 e 7-11), com muita força de saque e ataque. Quando não era assim, compensava na defesa. A reação do MOC foi muito breve (10-12), mais pelos erros de Evandro. Parou por aí: Simon, na bola rápida de rede, tratou de ditar o ritmo até o final. O Sada fechou em 25-15 no ataque do cubano.

ESTUDANDO

O TÉCNICO montes-clarense, que por alguns anos foi auxiliar de Marcelo Mendez, fez um resumo de respeito ao adversário. “O Cruzeiro é a melhor equipe do mundo atualmente; vence praticamente todas as competições que disputa. O que a gente sabe que é muito difícil vencê-los, mas temos que acreditar que as coisas podem mudar em algum momento. A vitória ou a derrota é conseqüência do desempenho”.

O FOCO muda temporariamente. Na semifinal, o adversário será um dos argentinos. A tão sonhada vaga na final, que de repente lhe permitiria rever o Cruzeiro, dependerá de uma vitória sobre UPCN ou Bolívar. “São dois adversários difíceis, com elenco extremamente fortes, com estrangeiros em suas equipes e acostumados a jogar neste tipo de competição. E que pouparam jogadores ao longo da competição. Nós estudamos todos eles. É saber cobrar o desempenho individual ou coletivo e exigir o melhor de cada um”.

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