Mesmo com coleção de títulos, handebol vive incertezas

PARA CONTINUAR nas disputas nacionais, projeto depende da renovação de patrocínios e de novo convênio - ajuda que nem chegou a receber, ano passado
Pelo Colégio Padrão, MOC foi campeã nacional dos Jogos da Juventude e disputaria o Sul-americano (cancelado)

MODALIDADE COLETIVA de Montes Claros com o maior número de títulos oficiais na temporada passada, o handebol deu início aos trabalhos em 2017 nesta semana, com os treinos para as equipes adultas masculina e feminina. As categorias de base começaram os trabalhos um pouco antes, paralelamente ao ano letivo das escolas públicas e particulares.
Foram 16 pódios oficiais em 2016 (Wesley Gonçalves)
A FEDERAÇÃO Mineira de Handebol (FMH) já adiantou o calendário do ano e os primeiros desafios da temporada serão para as equipes Cadete e Júnior. Com quatro títulos nos estaduais de base do ano passado, a cidade será sede de algumas disputas. Para os adultos, o primeiro desafio será a fase regional dos Jogos do Interior de Minas (JIMI) e, mais à frente, as fases iniciais do Estadual. Por sua vez, a Confederação Brasileira de Handebol ainda não divulgou as datas das disputas oficiais em 2017, como o Brasileiro, Copa Brasil e a Liga Nacional.

ALGUMAS COISAS mudaram de um ano para o outro. Embora tenha alcançado 11 títulos, três vices-campeonatos e dois bronzes em disputas mineiras e brasileiras, a realidade financeira do projeto Montes Claros Handebol é cheia de incertezas, segundo explicou a coordenadora Francis Almeida à VENETA.

CAUTELA

“TEMOS O interesse de disputar todas as competições possíveis, mas estamos bem cautelosas para assumir compromissos. A realidade financeira mudou. Neste momento, estamos somente com um patrocinador master confirmado. Outros três ainda aguardamos o retorno”, disse Francis.
SOBRE OS
recursos do convênio de R$ 100 mil com a Prefeitura que ajudaria o time na Liga Nacional/2016, o repasse do município para o Handebol foi aprovado pela Câmara Municipal na administração anterior, mas nem mesmo uma parcela foi paga. Ainda assim, com um elenco jovem e praticamente doméstico, o time disputou de forma inédita a Liga Nacional Feminina, com viagens longas e onerosas para São Paulo e Santa Catarina.


Troféu de Bronze na Copa do Brasil no Amazonas (fotos arquivo)
MESMO SEM a receita maior receita do orçamento planejado, que viria da Prefeitura, Francis revelou que nenhuma dívida ficou pendente. “Infelizmente passamos por isto, mas graças a Deus não devemos a ninguém”, confirmou.

GRUPO

A COORDENADORA revelou à VENETA que, por causa da restrição de receita não há mais como manter a casa para a moradia das atletas de fora da cidade que integravam o time adulto. E mesmo com direito adquirido para disputar o Campeonato Brasileiro como vices-campeãs mineiras, “não há como confirmar agora que podemos participar”. Assim, somente quem é de Montes Claros vai jogar neste ano, pelo menos por enquanto. “Perdemos quatro jogadoras e para recompor vamos trabalhar com meninas recém saídas do time júnior para fechar o grupo adulto. Algumas atletas são universitárias que vão conciliar os treinos com as aulas e nem sempre teremos um grupo completo”.


EM 2016, o Montes Claros Handebol foi campeão geral dos Jogos Escolares de Minas Gerais (masculino e feminino), campeão brasileiro masculino dos Jogos da Juventude (Olimpíadas Escolares). Ainda nos dois naipes, foi o melhor time de Minas nas categorias Cadete e Juvenil, além da microrregional e regional dos Jogos de Minas (JIMI). Ainda foi vice-campeão mineiro adulto (masculino e feminino) e vice-campeão geral do JIMI (feminino). No infantil, os meninos foram bronze, assim como as meninas, que conquistaram o terceiro lugar geral da Copa do Brasil.
Com base jovem, time feminino teve a primeira experiência numa liga nacional, em 2016 (foto: Rubem Ribeiro)

NA LIGA Nacional Feminina, o time esteve na chave Sul/Sudeste/Centro fez oito jogos contra Pinheiros, Blumenau, São Bernardo e Concórdia. A experiência das adversárias, que já têm trabalhos consolidados em nível nacional, falou mais alto e as montes-clarenses não venceram nenhuma partida, mas deixaram boas impressões. Elisângela foi a quarta artilheira da primeira fase, com 36 gols, seguida pela central Tâmiris, com 33. Ambas, além da goleira Gabriela, foram sondadas por técnicos de outras equipes.

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