Entrevista - Hélio dos Anjos: "Ganhar a Copa faz bem para todo o brasileiro do futebol"

Aos 52 anos, o norte-mineiro Hélio dos Anjos está mais uma vez trabalhando no chamado ‘mundo árabe’. É técnico do Clube Al Nasr na 1ª Divisão dos Emirados Árabes Unidos, clube que assumiu há cinco meses com a missão de tirá-lo da zona de rebaixamento. Com duas rodadas de antecedência, já estava fora da degola e até foi premiado por isso: um automóvel Mercedes Ben zero quilômetro e a revisão do seu contrato, suspendendo a cláusula de multa rescisória caso queira deixar o País a partir de dezembro/2010.

Agora, vai começar o trabalho do zero, e ao seu jeito. Antes da pré-temporada em Hannover (Alemanha), já na segunda quinzena de junho, está aproveitando as férias para rever familiares, irmãos e amigos, inclusive em Janaúba, sua terra natal, e cuidar dos negócios no interior de Goiás.

Mas o treinador teve tempo para falar do trabalho em uma entrevista coletiva, no sábado passado, e até fez questão de falar do esporte regional, em especial do fenômeno do vôlei de Montes Claros. Na sua opinião, Dunga foi coeso na convocação para a Copa; a Coréia do Norte não põe medo e de, um dia, ter desafio de voltar ao futebol mineiro, onde teve uma campanha pífia no comando do América.

Mesmo com o currículo internacional, passagens nos clubes de massa como Flamengo, Vasco e Grêmio, e os luxos que os petrodólares proporcionam, garantiu que o melhor lugar que existe é a própria cidade. Mas enquanto não volta definitivamente para casa, vai rodando o mundo através do futebol, como agora, na segunda experiência no Oriente Médio, depois de dois anos no comando da seleção da Arábia Saudita, onde foi campeão asiático.
Acompanhe o bate-papo pelas próximas quatro postagens.

Inevitável falar de Copa do Mundo. O grupo que Dunga convocou é o ideal?
HÉLIO –
“Não me sinto no direito de falar sobre esse ou aquele jogador que ficou de fora da Copa do Mundo, mas entendendo que a seleção que está representando o Brasil é competitiva. Pode até ser que ele abriu mão da plasticidade, mas confiou em um grupo que foi montado ao longo de quatro anos. Jogador de Seleção Brasileira não pode ter um histórico de apenas três meses. Acompanhei jogo a jogo do time sub-20 do Brasil e nele o Ganso não foi esse jogador todo”.

Foram dois anos no comando da seleção da Arábia Saudita, onde talvez tenha alcançado o seu título mais importante com a Copa da Ásia. Por essa experiência, comente um pouco sobre a Coréia do Norte, primeira adversária do Brasil nesta Copa do Mundo.
HÉLIO –
“Na preparação para “Asia Cup”, que tive o privilégio de participar, fizemos dois amistosos contra a Coréia do Norte e essa base que a seleção tem hoje já estava lá. É aquela história: uma seleção lá durante de oito a doze anos, porque não tem peças de reposição. Mas é um time que usa muito o vigor físico, até mesmo pelo próprio estilo de vida do País, mas não é uma seleção para fazer frente ao Brasil. A mobilidade e a agilidade da Seleção Brasileira vão facilitar as coisas, pois a Coréia tem um time muito estático e tenho certeza de que seremos muito felizes neste primeiro jogo”.

Acredita no título?
HÉLIO –
“Claro! Para quem vive do futebol, você não imaginam como é a repercussão para todos os brasileiros que são profissionais. Altamente positivo”.

E o time?
HÉLIO –
“Como disse, pode não ter toda a plasticidade de outras formações, mas é extremamente forte nos contra-ataques e tem um aproveitamento excepcional nas jogadas de bola parada”.

Copa do mundo sem paradinha nos pênaltis. Para quem foi goleiro é uma conquista?
HÉLIO –
“Toda regra de futebol dificulta o papel do goleiro. Pelo menos uma vai salvar a pele deles. Diria que equilibrar as coisas”.

Um comentário

Andrey Librelon disse...

35 mil acessos. Isso não é pra qualquer um, não. Parabéns, Chris. O www.devenetaonline.blogspot.com é referência na cobertura esportiva em no estado.