Bola Cheia, salão cheio, Walker cheio... de vida!

Para usar a linguagem própria do esporte, a casa estava lotada na entrega do VII Troféu Bola Cheia/Unimontes - Prêmio Marcelino Paz do Nascimento -, ontem à noite, no Automóvel Clube de Montes Claros. Movido não apenas pelas presenças dos ídolos Dadá maravilha e Dirceu Lopes, cada um com suas cores e discursos, mas, principalmente, para prestigiar seus 60 amigos e familiares homenageados de todas as modalidades de competição praticadas na cidade, o público foi caloroso do início ao fim. As inevitações provocações por causa dos cinco gols no clássico de domingo aconteceram, mas completamente saudáveis. Todos os congraçados foram aplaudidos, mas um chamou a atenção pela intensidade de como foi ovacionado: Walker Silva Rodrigues (foto), de 19 anos, atleta paraolímpico da Escola Vovó Clarice na peteca, vôlei (sentado), futsal e handebol. Vítima da paralisia cerebral desde o berço, começou no esporte aos 10 anos e desde 2004 passou a ser orientado pela professora de Educação Física Ana Maria Batista. Em 2007, conquistou dois títulos mineiros nos Jogos Estaduais Paraolímpicos: Peteca e Atletismo (100 metros rasos). Saiu antes do encerramento por causa da viagem rumo a BH, onde segue tratamento de saúde.
Dário José dos Santos, o Dadá, também teve seu momento. Calou o salão do AC quando contou a história da própria vida. Até os 19 anos, sem qualquer constrangimento, disse que foi de pivete a ladrão. Foi salvo pelo futebol. Das mãos apertadas da Polícia saiu para os braços de galera do Atlético, Inter e mais 14 clubes. Dos amigos de infância, não há nenhum vivo para contar história.
Mais emoção: um vídeo com todos os ex-atletas falecidos entre 2007 e 2009 e a homenagem especial ao versátil José Nardel, narrador, comentarista, repórter, apresentador de TV, diretor de rádio, atleta...
E pela primeira vez, em público, o prefeito Tadeu Leite lançou o desafio ao reitor Paulo César de Almeida para que a Unimontes aceite oficialmente a proposta de ampliar seu estádio. O município quer bancar a construção das arquibancadas tipo tobogã no estádio universitário, nas duas laterais, com capacidade para doze mil pessoas, na primeira etapa (até julho do ano que vem); e mais seis mil lugares, do tipo ferradura (paralela à avenida de entrada do campus) na etapa final. PC, militante do rádio esportivo desde o início da carreira na imprensa e favorável à obra, deixou claro que a decisão não depende apenas dele e vai trabalhar nos bastidores para que isso aconteça. (Foto: Márcia Vieira)

Um comentário

Anônimo disse...

Só agora descobri seu blog. Já está em meus favoritos no computador. Bola pra frente grande jilvan...

Fernando Lucas