Vitória poderia ser para qualquer lado

MONTES CLAROS encara o Sesi de igual pra igual, mas prevalece a maior bagagem de Bruninho e Cia; Pacheco rasga elogios e Marcelinho não faz lamentos


Disputa na rede; jogo teve inversão de placar em praticamente todos os sets; Sesi foi embora com os 3 pontos (fotos: Alex Sezko)
DIANTE DO equilíbrio, do poder de reação e do número parecido em erros (37 a 36), a vitória poderia ser para qualquer lado, como resumiram os dois técnicos ao final do duelo, mas prevaleceu a experiência de um time que tem praticamente todos os jogadores com ricos históricos na Seleção Brasileira. O Sesi/SP veio à cidade e venceu o Montes Claros Vôlei por 3 a 1, na noite dessa quarta-feira, em jogo válido pela 5ª rodada com o maior público da Superliga 2016/2017 até aqui: 4.998 pessoas no Ginásio Poliesportivo Tancredo Neves.

COM A combinação de resultados do meio de semana, o Montes Claros perdeu uma posição na tabela e agora ocupa a quinta colocação, com os mesmos nove pontos. A chance de reabilitação será fora de casa e contra outro dos chamados favoritos da temporada: Funvic/Taubaté, sábado, às 20 horas, com transmissão do Canal Sportv (cabo). O Sesi, por sua vez, segue em terceiro, com 13 pontos.

COMO FOI

NO PRIMEIRO set, os paulistas saíram na frente (2x5), mas sem abrir grande vantagem, até que o MOC Vôlei empatou (17x17), com alguns saques forçados e a eficiência no contra-ataque e no bloqueio. Os donos da casa chegaram a virar (21x20), o que forçou um pedido de tempo de Marcos Pacheco. O equilíbrio se manteve até o 22º, até que Robinho errou o tempo, não atacou e a bola caiu em sua quadra. O MOC confirmou o ataque seguinte, mas no saque, Bob mandou na rede e o Sesi fechou em 25x23.

 
A defesa na chamada bola leve próxima à rede; uma das dificuldades do MC
O LANCE
de destaque do set inicial foi uma defesa que o levantador Bruninho, que usou o pé para salvar uma bola da quadra adversária e armar um ataque para o companheiro marcar o ponto. Théo fez um lance parecido em outro contra-ataque paulista.


O SEGUNDO set seria perfeito para o Montes Claros, que ficou todo o tempo à frente e chegou a abrir seis pontos em três oportunidades (19x13, 20x14 e 22x16). A ida de Douglas Souza para o saque equilibrou as coisas e o Sesi reagiu (23x21), o que exigiu um pedido de tempo de Marcelinho Ramos. O time voltou mais concentrado e empatou o jogo em um bloqueio de Robinho (25x21).

O ENREDO se inverteu no terceiro set e foi o Sesi que teve melhor rendimento: 4x1. Após um pedido de tempo, o Montes Claros reagiu e encostou no placar (9x10), empatou (14x14) até passar à frente (19x18, 20x19 e 22x21). A linha de passe do Sesi voltou a funcionar o time empatou (24x24) e no saque forçado conseguiu quebrar o passe do Montes Claros, fechando o set numa bola de xeque com Riad.

O QUARTO set foi parecido com o anterior: o Sesi disparou (9x5, 12x6 e 14x6). Foi preciso o Montes Claros queimar os dois pedidos de tempo antes da metade do set para reagir. E conseguiu: chegou a ficar a apenas dois pontos atrás do adversário (16x18), mas a instabilidade na recepção reduziu as dificuldades para o adversário, que voltou a ampliar e fechou o set e o jogo em um bloqueio de Théo: 25x21.


"Na mesma bola" - Murilo Endres diz que dificuldade em jogar em MOC é comum em todas as temporadas; já Bruninho
destacou o ouro olímpico como chamativo a mais para a boa presença de público e o recorde da Superliga Masculina
ANÁLISE

“ERA A dificuldade que a gente esperava, até porque nas temporadas passadas jogar aqui em Montes Claros foi sempre difícil. É um ginásio onde a torcida comparece e apóia o time do início ao fim. Confesso que atrapalha sim quem está do outro lado”, resumiu o central Murilo, multicampeão pela seleção brasileira, que anotou nove pontos na noite. “A gente conseguiu abrir uma vantagem, mas a ansiedade atrapalha, embora o adversário tenha arriscado no saque e diminuído no placar. Ainda bem que, de certa forma, conseguimos administrar”, completou.

SOBRE O que teria maior influência para uma maior sorte do Montes Claros, o central Robinho resumiu: “a gente errou o saque do começo ao fim, mas não por deficiência. A vontade de ganhar falou mais alto. Um time como o Sesi nos exige jogar em alto nível. Quem não quer equilibrar as forças contra um time que tem a base da seleção brasileira? Então foi o que fizemos; arriscamos muito e quando se arrisca fica difícil minimizar os erros”, analisou o jogador. Ele marcou oito pontos, sendo cinco em bloqueios.

TÉCNICOS

PARA MARCOS Pacheco, comandante do Sesi/SP, após jogar em Montes Claros diante da pressão do público e da própria qualidade do time, “é um alívio sair com a vitória”. Ao Momento Esportivo, do VinTV, o treinador reconhece que o jogo foi definido em detalhes (citou o terceiro set como resumo do jogo) e faz uma projeção ousada: “por tudo o que encontramos aqui, Montes Claros tem uma equipe competitiva, uma estrutura bacana e uma torcida participativa: nada o impede de ser campeão”.

FORAM MAIS de 20 saques comprometidos pelo Montes Claros. Perguntado se a vitória viria caso o número de “desperdícios” fosse menor, o técnico Marcelinho Ramos ponderou: “foi uma proposta nossa de forçar bastante o saque. Se a gente tivesse trabalhado mais o nosso side out (viradas), com as bolas mais afastadas, talvez sim, compensaríamos, assim como nos contra-ataques. Foi nisso que ficamos um pouco aquém. Da mesma forma com um posicionamento de bloqueio mais efetivo nas bolas mais altas acredito que a gente teria conseguido um resultado melhor”. O treinador destacou, também, a maior eficiência em defesa e recepção em relação ao Sesi.

O MONTES Claros teve Bob, Jonatas, Murilo Radke, Luan Weber, Tiago Salsa e Robinho. Líbero Gian Moraes. Entraram ainda Índio, Alê, Rafael Martins e Wanderson.

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