Bicho com a casa vazia

SEM COMPETIÇÕES, o Montes Claros FC libera geral, põe fim às escolinhas e só mantém vínculo com meia campeão brasileiro

O Montes Claros não joga desde abril de 2015, quando fez a pior campanha do Módulo II e caiu
A SUSPENSÃO das atividades depois de ser rebaixado no Módulo II do Campeonato Mineiro, ano passado, e da decisão de abrir mão de disputar a Segunda Divisão/2016 teve efeitos mais profundos no Montes Claros Futebol Clube. Quem explica é o próprio presidente Ville Mocellin, que ainda revela como “mínimas” as possibilidades de o clube voltar à ativa em competições profissionais ou mesmo campeonatos federados da base.

PARA REDUZIR custos, o Bicho pôs fim aos contratos de todos os jogadores com os quais ainda mantinha os direitos federativos – até mesmo de quem estava emprestado e tinha boa aceitação no mercado da bola para futuras negociações, como o lateral Fayllon, os meias Diogo Brasília e Rafael Bill, os atacantes Nando e Daniel e o goleiro Gabriel. Até o polêmico vínculo do time com o goleiro Bruno Fernandes, ex-Flamengo e Atlético, não existe mais.

“A RECEITA que o clube consegue mesmo durante a competição é deficitária. E sem atividade, o custo é ainda maior, porque o atleta não tem visibilidade, até porque nem todos conseguiram ser emprestados. Fazer futebol no interior é cada vez difícil”, analisa.

SEM ESCOLINHAS

Mocellin, presidente e dono do MCFC

ALÉM DISSO, o MCFC encerrou as atividades em todos os oito núcleos de escolinhas de base que mantinha na cidade e no distrito de Nova Esperança desde o início do ano passado. Cerca de 300 crianças eram atendidas. Segundo Ville, parte dos custos era mantida por meio de um convênio com a Prefeitura e algumas parcelas ficaram pendentes e o clube passou a assumir todas as despesas com material, transporte e salários com os técnicos e coordenadores.

“FICOU INVIÁVEL porque assumi todos os custos”, resume o dirigente, que usou parte do orçamento pessoal para quitar os compromissos – inclusive com empréstimos.

DENTRO

Léo Baiano, no Boa Esporte
O PRESIDENTE Ville Mocellin revela que o meia Léo Baiano, de 24 anos, é exceção e é o único atleta que está vinculado ao clube, com contrato em vigência até 2018. O volante, que também atua como zagueiro e lateral, está há duas temporadas cedido por empréstimo ao Boa Esporte (49 jogos) e terminará 2016 como campeão brasileiro da Série C.

PARA O MCFC, o título do time do Sul de Minas seria um agregador para que o atleta fosse negociado em definitivo com o próprio Boa ou outro clube brasileiro. Haveria sondagens até mesmo de times de Portugal, diante da abertura de mais uma janela de transferências em janeiro próximo.

QUASE

NO MEIO do ano, Mocellin chegou a ser sondado para que o Montes Claros fosse cedido a um grupo de empresários, que assumiria o clube em todos os segmentos, no entanto ele não teria qualquer interferência na gestão. Embora as conversas estivessem bem adiantadas, o acordo não vingou.

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