Entrevista - Jorge Schmidt

Jorge Schmidt, o novo comandante do Montes Claros tem 54 anos, é gaúcho de Novo Hamburgo e pai do casal Marcelo (25) e Betina (22). Aliás, foi o filho mais velho quem o recomendou a vir para o Norte de Minas, mesmo com o veto do médico que fez a cirurgia de colocação de um prótese em seu quadril.

A coincidência pelo estado natal e o estilo enérgico à beira da quadra rende a Jorginho algumas comparações com o treinador de futebol Luiz Felipe Scolari, de quem é amigo. Na conversa com a VENETA ao final da coletiva de sua apresentação, na segunda-feira, o estreante pé-quente em Campinas comenta algo sobre cada um desses assuntos.

Até a quarta-feira da semana passada você olhava para o time do Montes Claros do lado de fora. Qual era a sua opinião sobre as chances do time na Superliga?
JORGE SCHMIDT – “A mesma que tenho agora como técnico do time. Oferece uma estrutura muito boa de trabalho e tem um grupo forte, o que já foi mostrado no jogo em Campinas ao vencer o atual vice-campeão do campeonato estadual mais forte do País”.

Mas até onde o time vai?
JS – “Uma coisa de cada vez, ainda mais em uma Superliga tão equilibrada como essa. Mas independente de adversários e de qual time vamos lançar à quadra, a minha primeira meta é de classificar o Montes Claros entre os oito melhores. Não chegar aos play-offs seria uma decepção muito grande”.

Dá para surpreender os times com maior investimento?
JS – “Se a gente conseguir uma das quatro melhores campanhas, com o direito de fazer dois jogos das quartas-de-final em casa, será melhor, claro. Mas o mais importante é classificar. A obrigação de fazer uma campanha impecável é para aqueles que montaram verdadeiras seleções, o que não é o nosso caso”.

Na Superliga 2010/2011, com o Fátima/Sogipa, você não conseguiu nem ao mesmo chegar aos play-offs...
JS – “Foi uma soma de fatores. A gente tinha um elenco limitado só com oito jogadores mais experientes e com poder de decisão. O grupo contava só com um oposto, além do que a nossa tabela teve uma sequência muito difícil de longas viagens e adversários mais fortes. Além desse perfil, com as estatísticas em mãos, os rivais souberam neutralizar os nossos pontos fortes. A realidade de agora é bem diferente”.

Qual é o grupo de atletas que você idealiza?
JS – “Pode ser que eu tenha um grupo de amigos, mas eu preciso mesmo é de um grupo de trabalho, que pense no coletivo e na união. Dentro de quadra, um depende do outro”.

A sua fama é de um técnico linha dura, que esbraveja e não adia uma bronca. Pela raiz gaúcha, o Jorge Schmidt seria o Luiz Felipe Scolari das quadras?
JS – “(risos)... Nem tanto, nem tanto! Ele é muito durão né? O Felipão é um amigo que a minha família tem. Nós tivemos passagens por Portugal na mesma época: ele na seleção de futebol e eu na de vôlei. Inclusive fui assistir ao jogo entre Portugal e Dinamarca a convite dele”.

Na coletiva, você disse que, por causa da cirurgia recente no quadril, o médico te proibiu de treinar, mas o seu filho foi quem o autorizou a estar aqui. Comente isso.
JS – “O médico queria um repouso maior, até porque ainda tenho que evitar alguns movimentos ou ficar muito tempo de pé. Preparador físico, meu filho Marcelo trabalha com pilates e gerontologia, justamente em duas áreas que têm muito a ver com o tratamento que ainda estou fazendo”.

Nenhum comentário