Nascido e criado no estado do Rio de Janeiro e com nome de cantor e compositor famoso – por sinal, ídolo de sua mãe e amigo da família –, o ex-meia Erivelto Martins já está em Montes Claros para comandar o time júnior do Funorte no Campeonato Mineiro da categoria e a na Copa São Paulo de 2010. Jogador revelado pelas categorias de base do Fluminense, onde atuou por sete anos, chegou a Minas depois de uma troca com o Cruzeiro, envolvendo o ídolo Dirceu Lopes, passando ainda por Vila de Goiás e o Villa Nova (Leão do Bonfim). Hoje, aos 54 anos, garante que chega ao Norte de Minas bastante motivado, "principalmente pela proposta de trabalho do clube".Erivelto foi apresentado aos jogadores grupo e à imprensa na tarde de ontem, no Centro de Treinamentos do Distrito Industrial. Me disse que chegou ao clube depois de recusar dois convites do amigo Alves, representante do Funorte junto à Federação Mineira de Futebol (FMF). "Já trabalhei com o Alves em outras oportunidades e ele havia me falado dessa possibilidade de vir a Montes Claros, mas como tenho negócios em Belo Horizonte e não podia sair naquele momento", explicou.
A mudança de planos tem a ver não apenas com o campo de ação que o Funorte tem (Mineiro e Copa SP), mesmo sendo um clube com apenas dois anos de existência, mas pelo que foi feito até agora, com a conquista do terceiro lugar do Mineiro Júnior em 2008, logo em sua primeira temporada na competição. "O Funorte até serve de exemplo para outros clubes: em pouco tempo conseguiu o que muitos tentaram e não conseguiram", afirmou Erivelto.
O novo treinador disse que ficou muito satisfeito com o potencial do grupo júnior, logo no primeiro coletivo. Foi enfático ao comentar sobre a necessidade de montagem de um novo grupo, já que do time do mineiro do ano passado, mais da metade dos atletas 'estourou' o limite de idade da categoria (20 anos).
CURRÍCULO – Nascido em Barra do Piraí, interior fluminense, Erivelto foi ainda pequeno morar na capital. O nome foi uma homenagem de sua mãe ao músico Herivelto Martins, nascido naquela região e autor de canções como "Ave do Morro" e "Adeus". Curiosamente, o xará e a esposa, Dalva de Oliveira, foram seus vizinhos na nova casa. A carreira no mundo da bola começou no Fluminense, onde atuou por sete anos, até ser envolvido numa troca entre o clube e o Cruzeiro. Dirceu Lopes foi para lá e ele veio parar em Minas. Ficou quatro anos na Toca da Raposa e jogou ao lado de Zezinho Figueiroa, Joãozinho, Eli Mendes e do montes-clarense Eduardo Amorim, entre outros. Depois seguiu para Goiânia, onde defendeu as cores do Vila Nova, por mais quatro anos.
De Goiás, Erivelto veio para o Villa Nova, de Nova Lima, onde jogou por dois anos e depois parou nos doze meses seguintes. Nada de contusão ou suspensão: estava cursando Administração de Empresas na UFMG, mas que não chegou a concluir. Voltou aos gramados para defender o Leão do Bonfim por mais quatro anos e, em 1987, encerrou a carreira, assumindo o cargo de auxiliar técnico no mesmo clube. Logo mais tarde, viria a ser o técnico principal. No entanto, foi com o trabalho de base que mais se destacou. Primeiro no América, em 1991/1992 e depois no Atlético, até 1997, onde revelou Ernani, Cairo e Reinaldo "Beiço".
Nos dois anos seguintes, voltou ao comando do Coelho e, em 2000, foi contratado pelo Cruzeiro, mas para trabalhar longe da Toca. Por causa do convênio entre os clubes, foi um dos primeiros técnicos do emergente Ipatinga, onde teve o meia Marcinho, ex-Atlético e Flamengo, como comandante. Nos últimos anos, estava trabalhando no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, sempre ligado à base. (Foto: Wilson Medeiros)
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