Ney Franco vê Condé com potencial de repetir feito do Ipatinga

ÚLTIMO CAMPEÃO mineiro pelo interior, técnico visita Montes Claros fala “em amizade e torcida dividida” para acompanhar Atlético x Caldense

Ney Franco veio a Montes Claros para palestra sobre futebol de alto rendimento
FOI JUSTAMENTE o título mineiro por um clube do interior que deu a projeção nacional a Ney Franco. Em 2005, com um elenco que tinha em sua maioria atletas oriundos das categorias de base do Cruzeiro, o seu Ipatinga derrubou o Cruzeiro em pleno Mineirão com a vitória por dois a um. O resultado foi um divisor de águas na sua carreira, e logo depois, somado a mais uma boa campanha na Copa do Brasil, lhe rendeu o convite (aceito) para assumir o Flamengo, Dali em diante, Ney Franco foi para a prateleira de cima do futebol brasileiro.

DEZ ANOS depois, Ney está sem clube (não por falta de convites), mas com um currículo bastante respeitado. Passou por vários clubes da Série A (Botafogo, Coritiba, Flamengo, São Paulo, Vitória), ganhou títulos estaduais e internacionais (Copa Sul-americana) e foi treinador e coordenador técnico da Seleção Brasileira com dois títulos indeléveis: o Sul-americano e o Mundial Sub-20 da Colômbia em times que tinham Lucas, Neymar, Oscar, Fernandinho, Casemiro, Danilo, entre outros que vingaram e hoje estão nos principais clubes do mundo.

NESSA SEXTA, ele visitou Montes Claros para ministrar um curso sobre futebol de alto rendimento e entre os diversos assuntos abordados falou da final mineira. O treinador de 49 anos se diz dividido, mas não por alguma preferência clubística, mas sim pelas amizades com Levir Culpi e Léo Condé.

PERGUNTADO SE um título da Caldense ajudaria a dar mais força ao futebol do interior e também a projetar mais um talento mineiro, ele entende que a conquista seria um reconhecimento idêntico ao que o Ipatinga teve.

DESDE A BASE

“O LÉO Condé é um treinador que eu conheço há muito tempo, desde os trabalhos de base quando ele estava nas escolinhas do infantil do Tupi. E depois ele foi para Belo Horizonte trabalhar na base do América. Acho muito legal o Brasil de vez em quando ser surpreendido com este tipo de trabalho, que mostra que também tem muita gente séria nos clubes do interior”.

QUANTO A torcer para este ou aquele time, ele diz que a decisão é difícil. “O Léo eu acompanho há tempos e torço muito para que ele se dê bem na carreira. E do outro lado tem o Levir; se tem pessoas que se pode fazer amizade no futebol o Levir é uma delas. É um treinador que respeito muito e tive a oportunidade de trabalhar com ele no Atlético e no Cruzeiro, quando ele estava no profissional e eu ainda na base”.

E COMPLETOU: “futebol tem alguns momentos em que você começa a torcer por seus amigos. Então, nesta final, eu vou ficar muito dividido porque são dois treinadores que eu admiro e que vença o melhor. Logicamente que o Atlético é o favorito pelo conjunto de sua história, mas o Ipatinga já conseguiu surpreender o Cruzeiro em pleno Mineirão e quem sabe a Caldense consiga, até porque eles [Caldense] tem a vantagem de ser mandante no último jogo porque teve justamente a melhor campanha”.

“TUDO PODE acontecer e se já aconteceu em 2005, estou aqui para contar a história e, de repente, a coisa pode se repetir com mais um nome do interior”.

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